
Família do hoje líder da oposição na Câmara de Vereadores recebeu mais de R$ 3,8 milhões por área pela qual pagara apenas R$ 15 mil. Também foram beneficiados parentes de uma ex-vice-prefeita, de vereadores. ex-vereadores e um próprio integrante da Câmara, além do ex-diretor da Casa
Sete anos após o elizeupires.com ter revelado o esquema de desapropriações de casas, prédios e terrenos de parentes de vereadores e amigos do governo em Macaé entre 2005 e 2007, pelo prefeito Riverton Mussi, a administração municipal descobriu que a coisa foi mais ampla e que a maior parte das áreas adquiridas a preços apontados como superiores ao valor de mercado na época, não foi utilizada pela Prefeitura, embora Riverton alegasse que as desapropriações fossem de interesse público. A descoberta mais recente aponta para uma transação envolvendo os pais do líder do bloco de oposição ao prefeito Aluizio dos Santos Junior, Igor Sardinha. No total, conforme fora noticiado no dia 16 de agosto de 2008, a Prefeitura gastou mais de R$ 70 milhões com desapropriações amigáveis em favor de familiares da ex-vereadora e ex-vice-prefeita Marilena Garcia, dos vereadores Chico Machado e Paulo Antunes, dos ex-vereadores Luiz Fernando Borba e João Sérgio de Lima, do ex-secretário de Desenvolvimento Social Jorge Tavares Siqueira, do ex-secretário-geral da Câmara Nélio Nochi Emerick e do então presidente da Associação Comercial, Francisco Mancebo Agostinho.
No caso dos pais do líder da oposição a Prefeitura pagou, em 2005, R$ 3.804.367,06 pela desapropriação da área de um alqueire, localizada no bairro Virgem Santa. A desapropriação teria sido feita para permitir a ampliação da Estrada do Morro Grande, o que não aconteceu até hoje e a maior parte da área adquirida está tomada pelo mato. De acordo com o resultado da verificação feita nos processos de desapropriação, a área dos pais de Igor Sardinha estava registrada em nome da empresa Layti de Macaé Construções, que tinha como donos Antônio Glória Sardinha e Sandra Simone Paes. A propriedade foi comprada por R$ 15 mil em 1996 e entregue à Prefeitura com uma valorização de mais de 2500%. Além do preço alto e da inutilidade da área para o município, chama a atenção fato de Antonio Sardinha ter ocupado vários cargos no governo entre 2005 e 2012, além de ter coordenado as campanhas de Riverton Mussi, que governou de 1º de janeiro de 2005 a 31 de dezembro de 2012.
A farra das desapropriações foi denunciada na 1ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva em 2008 pelo servidor público Rafael Carvalho Ramos. De acordo com a denúncia, a propriedade de maior valor era a de Orlando Alves Machado, tio do vereador Francisco Alves Machado Neto, o Chico Machado: foi desapropriada por mais de R$ 42 milhões. Ainda segundo a denúncia, a Prefeitura pagou R$ 1.124.424,50 por uma casa de Nélio Emerick, R$ 17.087.587,50 pelo prédio do Hotel Ouro Negro (que pertencia a empresa Hotéis e Turismo Osório), da família do empresário Francisco Mancebo; R$ 1.298.871,00 por um imóvel residencial que pertencia à família do vereador Paulo Antunes e desapropriou por R$ 1.090.436,02 uma casa do então vereador Luiz Fernando Borba. Foram pagos R$ 890 mil pelo imóvel de Carlos Augusto Garcia (filho de Marilena Garcia), R$ 307.824,00 por uma casa de Rodrigo Pereira Viana (cunhado do ex-secretário Jorge Tavares, o Jorjão e por R$ 708.631,70 a Prefeitura desapropriou por um imóvel do ex-vereador João Sérgio Lima.
Além de ter apresentado denúncia ao Ministério Público Rafael ingressou com uma ação na Justiça pedindo a suspensão dos pagamentos, mas não conseguiu seu intento. Agora a Procuradoria Geral do município deverá encaminhar ao MP todos os processos de desapropriação considerados suspeitos.
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Me lembro dessa história. Muita gente importante aqui na cidade ficou furiosa e teve um metido a mandão que tentou processar o Elizeu Pires por causa da notícia.
O Igor deve esta queimando a língua nesse momento.
O Sardinha filho não era do meio na época, mas o Sardinha pai tinha muito influência no poder.
Conheço bem esse assunto e só não entendi porque ninguém foi obrigado a devolver dinheiro.
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