Câmara de Rio das Ostras prefere manter as escolas de lata

As escolas de lata surgiram na gestão de Carlos Augusto e parecem aprovadas por Alcebíades Sabino, que na campanha prometeu acabar com elas, mas as mantém

Vereadores rejeitam projeto de lei que limitaria o uso de contêineres como salas de aula

Desde a gestão do prefeito Carlos Augusto Balthazar que o município de Rio das Ostras vem gastando boa parte da receita destinada ao setor de Educação com o aluguel de contêineres para serem usados como salas de aula, o que nos últimos dez anos já teria consumido dinheiro suficiente para a construir ao menos 20 escolas com o mínimo de seis salas cada uma. Entretanto, embora o atual prefeito tivesse prometido na campanha eleitoral que acabaria com as escolas de lata, se depender dele e do seu bloco de apoio na Câmara Municipal, essa prática vai continuar por muito tempo. É que a Casa reprovou um projeto de lei apresentado pelo vereador Deucimar Toledo, que pretendia limitar em 180 dias, no máximo, o uso dessas estruturas. Dos 13 membros da Câmara um faltou à votação, dois se retiraram do plenário na hora da apreciação e sete votaram contra, liberando o prefeito Alcebíades Sabino dos Santos para continuar locando contêineres na quantidade e pelo tempo que quiser, mantendo o desconforto de alunos, que certamente não devem ter nenhum grau de parentesco com o prefeito, com a secretária de Educação Andréa Machado ou com qualquer membro do Poder Legislativo.

Com o nome de “sala modular”, os contêineres adaptados são alugados ao município pela empresa Novo Horizonte de Jacarepaguá Importação e Exportação, que começou a operar com a Prefeitura de Rio das Ostras no primeiro mandato do prefeito Carlos Augusto Balthazar, tendo seu contrato renovado em 2011. Em junho de 2013 esse mesmo contrato recebeu o sexto termo aditivo, conforme consta do processo administrativo 15259/2013 e a locação continua. Atualmente a Secretaria Municipal de Educação conta com 75 unidades espalhadas por várias escolas e cada uma delas custa R$ 7.920,00 por mês, uma despesa de R$ 594 mil a cada 30 dias ou exatos R$ 7.128.000,00 ao ano.

A lei que limitaria o uso dos contêineres teve apenas os votos do autor e do vereador Marcelino Borba, pois o terceiro membro do chamado bloco de oposição, Carlos Afonso Fernandes, faltou à sessão, enquanto os vereadores Alan Gonçalves Machado e Robson Carlos de Oliveira Gomes se ausentaram do plenário na hora da votação. O projeto foi derrubado com os votos dos vereadores Aluisio Roberto Viana da Silva, Misaias da Silva Machado, Vanderlan Moraes da Hora, Ademir Mendes de Andrade, Alcemir Jóia da Boa Morte, Alex Cabral Silva e Eloi Dutra dos Reis.

Envie seu comentário:

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *.