Dinheiro da saúde some em Teresópolis

O prefeito Arlei Rosa andou confundindo as coisas em Teresóplis e a população é que está sofrendo as consequências do não atendimento médico necessário e não realização de exames

Recursos destinados ao pagamento das unidades conveniadas tem destino incerto e não sabido no município

Cansada de ser enganada pela administração municipal que sempre promete, mas não cumpre os acordos para pagamento das dívidas acumuladas com as unidades de atendimento médico conveniadas, a direção do Hospital das Clínicas de Teresópolis (HCT), decidiu, na última quarta-feira, suspender os atendimentos ambulatoriais pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e as cirurgias eletivas. Isso se deve aos problemas gerados por um calote de cerca de R$ 10 milhões, dívida que não teria razão de existir, pois o governo federal repassa todos os meses o dinheiro necessário para custear os serviços prestados pelas conveniadas (clínicas, hospitais e laboratórios), verba que não pode ter outra finalidade que não essa, o que significa dizer que se esses recursos estiverem sendo usados para outros fins pela administração municipal, é um uma irregularidade a mais no currículo do prefeito Arlei Rosa, que anteontem foi afastado do cargo mais uma vez, agora por decisão judicial e pelo período de 180 dias. De acordo com alguns prestadores de serviços ao SUS em Teresópolis, a dívida com as unidades particulares e filantrópicas conveniadas, pode passar de R$ 40 milhões.

Os repasses federais ao setor são administrados pelo Fundo Municipal de Saúde, que este ano já gastou mais de R$ 68 milhões. O orçamento do FMS para 2015 é de R$ 71.248.180,00 e até o dia 31 de agosto havia entrado nas contas do fundo R$ 37.229.562,37, mas as despesas no período chegaram a exatos R$ 68.185.934,13, sendo necessária a aplicação de recursos próprios para completar a cobertura dos gastos, o que determinado inclusive pela Constituição federal. No ano passado o orçamento do FMS foi de pouco mais de R$ 100 milhões e as despesas nos 12 meses de 2014 somaram R$ 98.174.778,67, contra uma receita de R$ 62.675.210,62, com um percentual dos recursos próprios completando a diferença.

O problema em Teresópolis, segundo alguns prestadores de serviços, é que a parte destinada às unidades conveniadas acaba entrando no bolo, mesmo com a administração municipal sabendo que ela só pode ser usada no pagamento dos serviços prestados pelas conveniadas, o que parece ter deixado de acontecer no município há muito tempo, pois, do contrário não haveria débito acumulado. No caso específico do HCT, o hospital realiza cerca de 16 mil exames e 5.400 consultas por mês, além de 400 cirurgias e 550 internações no período, funcionando como se fosse uma unidade pública, cabendo a Prefeitura, com o repasse específico do governo federal, pagar por esses serviços, o que não vem acontecendo com regularidade há mais de três anos.

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