Tem música no ar em São João de Meriti

Esther, de 11 anos, aprendeu a tocar violino, o instrumento de seus sonhos. A mãe Elisabete fez canto na instituição

Noventa e dois alunos chegam ao fim do curso e já estão preparados para atuarem em orquestras

Os problemas de infraestrutura do município com maior densidade demográfica da Baixada Fluminense (cerca de 15 mil moradores por cada um dos seus 35 km² de extensão territorial), não impede a concretização dos sonhos de jovens talentosos que buscam na arte uma nova realidade futura. É isso que retratou a solenidade de formatura de 92 músicos clássicos pela Escola de Música de São João de Meriti, quando, ao som da Orquestra Sinfônica comandada pelo maestro Irácito Cerqueira, os formandos e seus familiares ae encantaram com o concerto Cem Violinos. Para a subsecretária da Cultura, Fernanda Braga, é necessário levar a arte ainda mais adiante. “Queremos transformar vocação em profissão. Temos um papel que vai além da parte cultural na vida desses jovens que estão aqui. Com atividades direcionadas e um trabalho cuidadoso vamos realizar transformações e alavancar a parte cultural da Baixada Fluminense”, diz Fernanda.

Se parte de um sonho para muitos, estudar na Escola de Música de São João de Meriti não será tão difícil no futuro e quem viu crianças de quatro a oito anos, integrantes do grupo Violinos do Amanhã, quer muito que isso seja realidade. O prefeito Sandro Matos, por exemplo, decidiu realizar um concurso público em 2016 para garantir o funcionamento permanente da instituição. Com o  processo seletivo serão contratados professores efetivos e a escola perpetuada. “Esse trabalho feito é muito importante para ajudar na formação dos jovens”, afirma o prefeito. 

Na faixa etária de cinco a 90 anos, os cerca de 900 alunos da Escola de Música de São João de Meriti participam de diversas atividades no Complexo Cultural Kenedi Jaime de Freitas. O curso básico tem duração de três anos e, após a conclusão dos estudos, muitos ex-alunos têm a oportunidade de ingressar em orquestras renomadas, enquanto outros procuram aperfeiçoamento em novas etapas. “Já houve casos onde alunos apresentavam envolvimento com o mundo das drogas, além daqueles que têm pais separados ou sofrem com questões de alcoolismo dentro de casa’’, diz a coordenadora da orquestra sinfônica, Márcia Brair,  explicando ainda que “muitos chegam à escola de música com encaminhamento de psicólogos para buscar um novo sentido para as vidas”.

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