Interior fluminense se destaca na produção de café

Ana Regina Rocha e Suhail Majzoub criaram marca própria

Programa do governo estadual auxilia pequenos agricultores na aquisição de tecnologias que fortalecem o setor

Vinte dos 25 agricultores que participaram do Prêmio Qualidade do Café, organizado pelo Sebrae, são beneficiários de incentivos do programa Rio Rural para adoção de boas práticas produtivas, que nos últimos dois anos investiu cerca de R$ 3 milhões em subprojetos para fortalecer a cadeia produtiva do café, influenciando na qualidade do produto com o uso de equipamentos para seleção, processamento, beneficiamento, secagem e armazenamento dos grãos. Os investimentos melhoraram o produto e o preço da saca aumentou de R$ 250 e para R$ 400.

 

Tradicional na produção de café, a Noroeste Fluminense tem recebido investimentos em tecnologias e ações de apoio à agricultura familiar a partir do Rio Rural, uma proposta de fomento criada pela Secretaria de Agricultura e Pecuária. Produtores de cidades como Varre-Sai, Porciúncula e Bom Jesus do Itabapoana se destacam na cultura cafeeira fluminense e inovam na produção. “Vemos resultados positivos em produtividade, qualidade e preço. Além disso, os agricultores tiveram redução de custos e também de mão de obra. Isso sem falar nos ganhos ambientais e no estímulo à organização social por meio dos projetos em grupos”, diz José Antônio Zampier, supervisor-regional da Emater-Rio no Noroeste.

Com o incentivo alguns agricultores estão investindo em safras selecionadas, gerando o café gourmet, que tem um número cada vez maior de apreciadores no Brasil. Há nove anos, a produtora Ana Regina Rocha e o marido, Suhail Majzoub, de Porciúncula, passaram a empacotar o café 100% arábica (espécie natural da Etiópia) com marca própria para cafeterias da capital. Eles produzem 12 toneladas por ano. Por meio do Rio Rural, o casal conseguiu comprar uma estufa, que vai secar os grãos em até dois dias, e garantir a preservação das nascentes. “A gente mora longe dos grandes centros. Para ter um café de boa qualidade, precisamos de equipamento. Era preciso parar de colher para secar o café. Agora, a velocidade de produção vai ser maior”, fala Ana Regina.

Outro exemplo é o produtor Fábio Alves, também em Porciúncula. Há cinco anos, o agricultor cultiva café sem agrotóxicos e agora tenta obter a certificação ambiental. Com a ajuda do estado, Fábio adotou novas práticas agroecológicas, como adubação orgânica e adubação verde, que aumentam a saúde do solo. “A sustentabilidade é a minha alforria de um sistema que nos faz dependentes de insumos a preços que não estão sob nosso controle. Diminuí pela metade meus custos”, conta o produtor.

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