Ligações com Cunha complicam dois prefeitos do PMDB

Bornier e Solange Almeida podem ter desgaste maior em 2016

Nelson Bornier e Solange Almeida deverão ser lembrados disso durante todos os dias da campanha pela reeleição

Cumprindo o terceiro mandato de prefeito em Nova Iguaçu, o ex-deputado federal Nelson Bornier (PMDB), anda fazendo docinho dizendo que não quer mais saber do poder e que não pretende disputar as próximas eleições, mas, de acordo com o comando estadual da legenda, ele será candidatíssimo. Já Solange Almeida, de Rio Bonito, também ex-deputada e filiada ao mesmo partido, já está praticamente em campanha pela reeleição. Docinho e convicção à parte, os dois tem um grande problema, a Operação Lava Jato, por conta de ligações com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha: na última terça-feira Bornier recebeu a visita de agentes da Polícia Federal em operação de busca e apreensão em seu apartamento (no mesmo prédio do lobista Fernando Baiano) na Barra da Tijuca e Solange é apontada como autora de ofícios com pedidos de informação que teriam servido para pressionar o pagamento de propinas a Cunha por duas empresas com negócios com a Petrobras, estando, inclusive, indiciada.

A relação do prefeito de Nova Iguaçu com a Operação a Lava Jato ainda não foi esclarecida e Bornier disse que foi pego de surpresa com a busca e apreensão que, segundo ele, só aconteceu pelo fato de ele ter sido colega de bancada de Eduardo Cunha, mas a situação de Solange está muito clara: ela foi denunciada ao Supremo Tribunal Federal pelo procurador geral da República, por Rodrigo Janot, que afirmou na representação que ela sabia que os dois requerimentos por ela formulados seriam usados “para obtenção de vantagem indevida”.

Solange foi denunciada por corrupção passiva junto com o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha em agosto e, segundo Rodrigo Janot, ela tinha conhecimento de que os dois requerimentos de informações sobre contratos de um grupo de empresas multinacionais com a Petrobras seriam usados como instrumento de pressão para que propinas voltassem a ser pagas a Cunha. Ela exercia mandato de deputada federal quando os pedidos de informações foram formulados ao Tribunal de Contas da União e Ministério das Minas e Energia. De acordo com a denúncia de Janot, “em razão da pressão exercida os pagamentos foram retomados a partir de setembro de 2011”.  

 

Matérias relacionadas:

Prefeita de Rio Bonito é indiciada pela Lava Jato

Envie seu comentário:

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *.