Contas no escuro em Guapimirim

A administração do prefeito Marcos Aurélio parece ter problemas com os números e nessa gestão matemática não é uma ciência exata

Município não informa, por exemplo, quanto aos contribuintes a folha de pessoal

Até o final do expediente de ontem já tinham entrado nas contas da Prefeitura de Guapimirim mais de R$ 15 milhões em repasses constitucionais obrigatórios, segundo informa o Demonstrativo de Distribuição da Arrecadação do Banco do Brasil, R$ 15.569.308,90 para ser exato, sendo R$ 5.226.886,93 do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), soma do período de 1º de janeiro a 7 de março. O problema para o contribuinte é saber onde e em que esses recursos estão sendo investidos, uma vez que o sistema de informação da Prefeitura está sempre fora do ar e quando funciona os números não são nada claros. Os cidadãos não conseguem saber, por exemplo, quanto o município gasta com salários e gratificações de servidores efetivos, contratados e nomeados em cargos de confiança.

 

Os segredos sobre a folha de pagamentos além de gerarem questionamentos, remetem ao que foi denunciado em 2013, quando teria sido encontrada uma diferença de cerca de R$ 400 mil nos gastos com pessoal, o que não foi explicado até hoje, assim como não estão evidentes os valores pagos pela administração do prefeito Marcos Aurélio Dias pela mão de obra contratada através da Casa Espírita Tesloo, Rebatizada de Obra Social São João Batista, uma organização não-governamental no município em 2012, quando foi firmado um contrato com validade de um ano para fornecimento de mão de obra a vários setores da administração municipal, no valor global de R$ 34 milhões. Pelas estimativas gastos feitos através dessa instituição podem ter passado de R$ 90 milhões, mas os valores referentes não são encontrados no site oficial o município.

Além da falta de transparência na aplicação dos recursos públicos, a atual gestão tem o mau hábito de não honrar os compromissos com fornecedores e prestadores de serviços, selecionando os que vão ter as faturas pagas. A Prefeitura tem contas a acertar acumuladas do exercício de 2015 e muitos credores já optaram por cobrar na Justiça o que a administração municipal lhes deve.

 

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