PT tenta abrigar os seus em outras legendas para driblar o eleitor

Embora bata na mesa e diga ter orgulho de ostentar no peito a estrela símbolo do Partido dos Trabalhadores, o prefeito de Maricá e presidente estadual do PT, Washington Luiz Cardoso Siqueira, o Quaquá, está distribuindo para outras legendas nomes que gostaria de ver disputando as eleições municipais deste ano. Aconselhado pelas pesquisas que mostram que a sigla já perdeu o prazo de validade e que não agrada mais a ninguém, no fundo nem a ele mesmo, Quaquá quer garantir espaço para os seus e a aposta é de que depois do próximo dia 2 de abril não deverá sobrar mais que uma meia dúzia disposta a correr o risco, não por opção própria, mas por falta de espaço em outras agremiações partidárias.

No município de Nova Iguaçu, por exemplo, o PT pretendia disputar a Prefeitura com o vereador Carlos Ferreira, o Ferreirinha, mas esse não consegue reunir apoio nem de seus pares, que optaram por debandar para o lado do prefeito Nelson Bornier (PMDB). Quaquá bateu na mesa, esperneou e mesmo assim ninguém lhe deu ouvidos e Ferreirinha vai ficar sozinho no PT se o presidente do partido não lhe conseguir ingresso no PDT, PV ou no PPS, três legendas que vêm sendo vistas como opções para petistas sem rumo.

Tão rejeitados pelas legendas quanto Carlos Ferreira, o ex-prefeito de Mesquita, Artur Messias e o deputado estadual André Ceciliano, se pudessem escolher, também sairiam do PT, e deverão tentar fazer isso até a final da próxima semana, embora digam o contrário. O PDT ganhou reforço na Assembléia Legislativa e também em alguns municípios, mas isso não é de graça: Quaquá empurrou Marcelo Zelão goela a baixo em Silva Jardim e em Niterói o partido fundado por Leonel Brizola por pouco não sacrificou quem seria hoje a sua maior liderança na cidade, Felipe Peixoto, para dar espaço ao atual prefeito, Rodrigo Neves, que pulou do barco petista e em vez do PDT ingressou no PV.