Tentando recuperar o poder ex-prefeito tenta esconder o passado no armário e varre os discursos para debaixo do tapete
”Ao companheiro Zelão”. A dedicatória em uma foto oficial do ex-presidente Luiz Inácio da Silva, o Lula – que agora caiu em desgraça por conta da roubalheira verificada na Petrobras durante as gestões petistas – já não é mais mostrada com orgulho pelo ex-prefeito de Silva Jardim, Marcelo Cabreira Xavier, o Zelão. A moldura em acrílico foi retirada da parede como se com isso pudessem ficar esquecidos os discursos feitos nos palanques em 2008 e 2012, quando ele dizia que Lula e a presidente Dilma Roussef eram suas maiores credenciais. Hoje Zelão quer deixar o Partido dos Trabalhadores o mais rápido possível. Cogitou o PDT e o PV, mas deverá desembarcar do PSC. Embora em situação diferente da do seu ex-ídolo, Marcelo também está pendurado na Justiça, onde responde pelo menos duas ações por supostas fraudes em licitação, estando numa delas com as contas bancárias bloqueadas, decisão que atinge ainda o ex-vice-prefeito e ex-secretário de Educação, Fernando Augusto Bastos, que também que está saindo do PT.
A saída de Marcelo Zelão do PT foi costurada pelo presidente estadual da legenda e prefeito de Maricá, Washington Luiz Cardoso Siqueira, o Quaquá, que decidiu distribuir para outras siglas nomes que gostaria de ver disputando as eleições municipais deste ano. Quaquá que formar alianças em várias cidades do interior do estado, já que na Baixada Fluminense, região para qual pretendia estender seus domínios as portas lhe foram fechadas. O esquema de Quaquá envolveria até a compra de emissoras de rádio no interior e pelo menos uma delas já teria sido adquirida, uma rádio AM que seria do ex-prefeito de Rio das Ostras, Carlos Augusto Balthazar.
