Guapimirim deixa estudantes a pé e sem merenda

Em algumas unidades os servidores são obrigados a improvisar para as crianças não ficarem com fome

Apesar de registrar altos gastos com a compra de gêneros alimentícios e combustíveis a Secretaria de Educação vem deixando a desejar no transporte dos alunos e nas refeições

O município de Guapimirim tem uma frota de ônibus escolares e – pelo menos na relação de despesas – combustível para gastar por pelo menos um ano, mas pais de alunos matriculados na rede de ensino administrada pela Prefeitura reclamam que o transporte dos estudantes não está sendo garantido a todos. Na região do Vale das Pedrinhas, por exemplo, as crianças estão sendo obrigadas a caminhar por quilômetros para se deslocarem até as escolas. Isto ocorre em uma gestão que vem gastando muito nos últimos meses com a terceirização de serviços e esquecendo do básico, inclusive do fornecimento de merenda, para o qual registrou em setembro despesas no total de quase R$ 5 milhões. Na Secretaria de Educação ninguém explica nada, até porque não deve haver mesmo uma explicação plausível, pois os veículos existem e recentemente foi feita uma licitação para aquisição de combustíveis no total de mais de R$ 870 mil.

Além da falta de transporte para os estudantes, pais e professores revelam que há precariedade na merenda escolar, farta também nos registros de despesas, pois entre julho e outubro deste ano a Prefeitura registrou quase R$ 5 milhões em despesas com aquisição de gêneros alimentícios com cinco empresas diferentes. A Comercial Castanho é uma delas: venceu uma licitação para fornecer – por R$ 367.184,36  – 18.396 quilos de filé de merluza da marca Frescatto, mas, revelam servidores da rede, o produto é coisa rara no prato das crianças.

Além do filé de peixe, a Castanho foi encarregada de fornecer de R$ 1.270.407,75 em gêneros alimentícios apontados no registro de preços como cereais e hortifrutigranjeiros. Também como cereais e hortifrutigranjeiros tem registros com as empresas 100% Embalagens e Distribuidora (R$ 552.374.33), Imediata Comércio (R$ 249.642,60), Bom de Minas (R$ 419.429,13) e dois com a Comércio de Alimentos Paraíso, um no total de R$ 1.477.612,00 e outro de R$ 647.601,83. Ao todo, só no segundo semestre desde ano A Secretaria de Educação realizou licitações para compra de merenda no total de exatos R$ 4.954.242,00, mas onde estão os produtos os servidores que precisam improvisar no dia a dia não sabem dizer.

Apesar de toda essa “fartura” nas despesas registradas pela Secretaria Municipal de Educação, o que se vê mesmo nas unidades de ensino, segundo relatam profissionais da rede, é a falta dos gêneros alimentícios.  “A situação de falta de merenda (almoço e lanche) é geral em toda a rede. Algumas escolas e creches servem sopa, sem carne em muitos dos dias”, informa um servidor, revelando ainda que as unidades de difícil acesso nas quais as crianças mais sofrem com a falta de transportes são a Creche Municipal Estrelinha do Vale e as escolas Comandante Lellis de Souza, Fazenda Sernambetiba e Nelson Costa Mello.

 

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