Onde está o crime, doutores?

Ouvi a tal gravação umas dez vezes e até agora não percebi onde está o crime que Rodrigo Janot e seus “garotos prodígios” estão tentando atribuir ao presidente Michel Temer. Talvez eu seja burro demais e necessite que os doutores que estão se colocando como os únicos brasileiros honestos desenhem para eu entender. Gostaria que me explicassem, por exemplo, onde está evidenciado que o presidente mandou esse bandido da JBS comprar o silêncio de alguém. Eu não vi isso. Talvez além de burro eu seja cego e surdo, pois a única coisa que a mim pareceu cristalina é a insistência de um ladrão de marca maior na tentativa de incriminar o presidente. Na conversa eu identifique apenas um bandido, o empresário Joesley Batista, com quem não vai acontecer nada, já que ele ajudou os meninos do Janot cavarem um buraco ainda mais fundo para a nossa economia.

Em sua fala – na tarde desta quinta-feira – o presidente afirmou que não vai renunciar. Isso frustrou os vazadores de plantão, que acharam que uma matéria no Jornal Nacional iria fazer Temer se borrar de medo e entregar ao Congresso a sua carta de renúncia. Michel mostrou tranquilidade e firmeza. Quer que as investigações sejam aceleradas para que não pairem dúvidas sobre o seu comportamento. Quem achou que derrubaria a República em horário nobre na noite de quarta-feira vai ter que se esforçar um pouco mais e continuar abusando de suas prerrogativas, vazando o que lhe interessar e insistindo em manipular a opinião pública para que o povo cego e com gosto de sangue na boca aplauda suas ações de exceção, lhes dando o apoio necessário para poderem prosseguir com o esforço de jogar por terra o estado democrático de direito.

Burro que sou, além de não perceber crime algum na gravação clandestina feita por um dos bandidos mais poderosos do Brasil, entendi como conspiração contra o país todo esse circo montado com ajuda do MPF e da Polícia Federal. Vejam bem: resolveram jogar no ventilador exatamente no momento em que a economia voltou a dar sinais de recuperação e o governo tenta aprovar as reformas que – na opinião dos maiores crânios das finanças – são mais que necessárias. Tem mais: antes da divulgação do “crime” do presidente o dono do grupo JBS comprou uma enorme quantidade de dólares. Se deu bem. Lucrou bastante e agora, com todo apoio do MPF, vai ter seus pecados perdoados pela Justiça e mudar-se para Nova Iorque, pois a afinal, a Lava-Jato está aí para provar que o crime compensa.

E muito…