Licitação milionária em Nilópolis pode terminar na Justiça

Certame teve concorrente com menor preço inabilitado e revelação de aliciamento

● Elizeu Pires

A NAV Comércio apresentou o melhor preço no final, mas foi inabilitada

Marcado por polêmicas desde o seu anúncio, o Pregão Presencial 29/22, realizado pela Prefeitura de Nilópolis para compra de seis mil tablets para serem usados pelos alunos da rede municipal de ensino, deverá mesmo é terminar na Justiça. O certame – depois de um adiamento – aconteceu no dia 21 de dezembro e as polêmicas voltaram ao processo, dessa vez durante a sessão na Comissão Permanente de Licitação. As polêmicas começaram logo após o início do pregão que foi aberto com seis participantes e terminou com quatro, com a empresa que apresentou o menor preço sendo inabilitada no final.

Antes mesmo de os envelopes com as propostas iniciais serem abertos, a ALN Empire Comércio e Serviços foi tirada do jogo porque o seu representante, Anderson Miranda Neves, havia saído da sala e retornado algumas vezes. Ainda antes da abertura dos envelopes, Victor Hugo Almeida dos Santos, que representava a Microtécnica Informática, pediu para falar e afirmou ter sido aliciado por uma pessoa antes de entrar na sala da sessão.

A Microtécnica apresentou a melhor proposta logo de cara, mas foi descartada antes das rodadas dos lances

Minutos depois a Microtécnica – que logo de cara havia apresentado o menor preço (R$ 1.081,79 pelo modelo Samsung Galaxy A7 Lite T225) – foi desclassificada, sob a alegação de que havia apresentado documentação com certificação invalida, enquanto a única classificada declarada habilitada no fim ofereceu um aparelho Fly a R$ 1.327 a unidade.

Descartada a empresa que desde o início tinha a melhor proposta – e que teoricamente poderia melhorá-la ainda mais até o encerramento da fase de lances –, o pregoeiro abriu a rodada de negociações para que as concorrentes apresentassem novos preços unitários. Depois de 19 rodadas restaram quatro concorrentes, com a empresa NAV Comércio de Equipamentos oferecendo o aparelho a R$ 1.060 e a Itec Soluções baixando o seu preço para R$ 1.065.

Em seguida veio a Alutech Tecnologia cobrando R$ 1.315 por aparelho e FL Cunha Soluções, com o preço de R$ 1.327,83. Só que a Comissão Permanente de Licitação decidiu inabilitar a empresa Nav, alegando falta de documento de identificação e atestado de capacitação técnica, o que, segundo gente que entende do assunto, poderia ser solucionado no mesmo dia.

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