
Contrato do motorista do ônibus acidentado venceu dia 3
O seguro obrigatório do ônibus escolar que capotou em Silva Jardim, matando dois estudantes e ferindo outros 20, na manhã da última quarta-feira, foi pago cerca de três horas após o acidente. O pagamento foi feito às 10h46min do dia 12, na agencia local do Banco do Brasil. A informação foi passada ontem à noite ao elizeupires.com por uma fonte ligada ao governo. Além da documentação atrasada desde 2010, o veículo, com capacidade para transportar 31 passageiros, informa a fonte, era conduzido por um motorista não habilitado para aquele tipo de transporte e que nem contrato tinha com a Prefeitura. De acordo com a mesma fonte, Carlos André Alves Nogueira Guimarães foi contratado no dia 4 de março por três meses, tendo o seu vínculo temporário terminado no último dia 3, nove dias antes da tragédia. Ainda segundo a fonte, ontem foi dada ordem na Prefeitura para que fosse providenciada a renovação do contrato de Carlos André com data anterior a do acidente, para que a situação da administração municipal não se complique ainda mais na Justiça.
Doado pelo governo federal, o veículo é isento do pagamento do IPVA, mas o licenciamento anual só pode ser renovado com a quitação do Seguro de Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Vias Terrestres (DPVAT). O pagamento teria sido atrasado ainda mais se o acidente não tivesse ocorrido. É que o processo para a quitação do DPVAT foi aberto em abril e estava guardado nas gavetas da burocracia imposta pela gestão municipal. “As coisas caminham muito lentamente na Prefeitura. A máquina administrativa é tão emperrada que para ir de uma mesa para outra um processo demora 15 dias e foi isso que aconteceu com esse do DPVAT. Não pagaram antes porque não quiseram”, afirmou a fonte, desmentindo a informação oficial de que o governo não sabia da situação irregular do ônibus.
A fonte revelou ainda que o prefeito Anderson Alexandre havia demitido a chefe de fiscalização da frota da municipalidade, Lilian Ros Feo, jogando-a na fogueira como “bode expiatório”, mas voltou a trás no final da tarde de ontem. “Acho que ele percebeu que ficaria mal diante da opinião pública, pois a fiscal nada tem a ver com a irresponsabilidade do governo. “Quem paga é a tesouraria e quem manda pagar é o prefeito. A culpa da irregularidade é do prefeito e dos secretários que ficam embromando com um processo administrativo, uma coisa simples de se resolver”, concluiu a fonte.