O que seria uma CPI virou pedido de informações

O cumprimento da promessa de que uma comissão de investigação seria instalada para apurar a farra do transporte escolar em Silva Jardim foi adiado por tempo indeterminado. Em lugar de uma CPI a Câmara aprovou requerimentos com pedidos de informação, burocratizando um processo que poderia ser muito mais simples e eficaz. Os requerimentos pedem cópia do inquérito policial que investiga o acidente com um ônibus escolar que matou dois estudantes e feriu outros 20, as cópias dos documentos da frota que faz o transporte de alunos da rede municipal de ensino, além dos documentos dos motoristas que atuam no serviço, comprovando a sua habilitação e se eles passaram por curso específico para dirigir veículo escolar. Os pedidos – apresentados pelos vereadores Flávio Eduardo da Costa Brito e Robson Azeredo – terão de ser respondidos pela Prefeitura no prazo máximo de dez dias.

Tão notadas quanto à falta de um requerimento propondo a instalação de uma comissão de investigação foram as ausências – sem qualquer justificativa – dos vereadores Roni Luiz Ferreira Silva, o Roni da Farmácia (PRB); Hélio Alfradique da Cunha Junior, o Júnior da Padaria (PSD) e Marcilene Mendonça Xavier (PP). A falta dos três foi interpretada como omissão, uma fuga para que eles não ficassem mal com a opinião pública, pois, acreditam algumas lideranças locais, “certamente se posicionariam contra os requerimentos”, embora tratem de meros pedidos de informação”.

No caso de Roni, a falta teria sido para que ele não ficasse em situação difícil também com o prefeito Wanderson Gimenes Alexandre, o Anderson Alexandre (PRB), pois, como presidente da Câmara, ele teria de colocar os pedidos em votação. A sessão foi presidida pela vereadora Zilmara Brandão da Silva (PT) e, de acordo com uma fonte ligada ao Poder Legislativo, a “gazeta” teria sido ainda uma tentativa de evitar o quorum necessário para a votação, pois o prefeito estaria contando que mais dois vereadores deixassem de comparecer à sessão.