
Abin aponta participação do PSTU e do PCO
Quando os líderes do movimento “Passe Livre” decidiram vetar a presença de distintivos partidários em seus atos de protesto, parece que estavam certos. É que o quebra-quebra generalizado verificado durante as manifestações que tomaram conta do país nos últimos dias teriam mesmo o DNA de quem a maioria dos especialistas já suspeitava: militantes das legendas radicais, os nanicos PSTU e PCO, acostumados a confundir exercício da democracia com irresponsabilidade. A informação consta de um relatório feito por agentes da Agencia Brasileira de Inteligência (Abin), encaminhado à presidente Dilma Roussef, que não teria levado o documento a sério. De acordo com a Abin, contrariando o movimento pacífico “Onda Livre”, do “Passe Livre”, a organização “Onda Vermelha”, formada por radicais, estaria por trás da baderna.
Além do possível envolvimento de militantes do PSTU e do PCO, agentes da Abin alertaram dias antes da manifestação em frente ao Estádio Mané Garrincha que a ação estava sendo preparada por assessores da Presidência da República e que cerca de 300 “manifestantes” estariam sendo recrutados junto ao Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto. Segundo a Polícia Civil de Brasília, “a manifestação foi paga e existem provas de que foram gastos R$ 30 mil em cachês para os participantes da ação”.
Da manifestação “Copa para quem?”, marcada por queima de pneus e fechamento de parte das vias de acesso ao estádio, a Polícia Civil de Brasília identificou como organizadores jovens bem pagos e bem posicionados na vida, todos, aparentemente sem motivos para protestos pessoais e externando uma imensa vontade de defender causas coletivas.
Segundo a Polícia Civil de Brasília, O “Copa para quem?” foi planejado por um ex-funcionário da Secretaria de Relações Institucionais e membros de grupo formado por dois servidores da Casa Civil. Identificado como um dos líderes da ação, Gabriel Santos Elias foi assessor da subchefia de assuntos parlamentares da Secretaria de Relações Institucionais até 17 de maio, quando pediu para deixar o cargo. Ele é um dos fundadores do movimento Brasil e Desenvolvimento, que conta ainda com Mayra Cotta Cardozo e João Vitor Rodrigues Loureiro, assessores no Palácio do Planalto. Mayra ganha R$ 7,5 mil como assessora especial da secretaria-executiva da Casa Civil e João Vitor, assessor técnico da subchefia para assuntos jurídicos, recebe R$ 5,8 mil por mês. O menor salário era de Gabriel: R$ 3,5 mil, enquanto outro fundador do movimento, o assessor internacional da Secretaria-Geral da Presidência, Daniel Gobbi, tem vencimento mensal de R$ 11,3 mil.