Jogo de cena em Nova Iguaçu

Derrubada de veto teria sido ação combinada entre Câmara e prefeito

A democracia sofreu um grande golpe de Nova Iguaçu com a Câmara de Vereadores derrubando o veto do prefeito Nelson Bornier (PMDB) ao Projeto de Lei nº 091/2013, que acaba com a eleição direta para diretores das unidades municipais de ensino. O projeto foi proposto pelo vereador Carlos Chambarelli (PSDB), aprovado em plenário e depois vetado pelo prefeito. De acordo com alguns membros da própria bancada do governo, tudo não passou de um jogo de cena. “Bornier não queria mais a eleição direta para diretora de escola, mas não teve coragem para assumir isso. Então encomendou o projeto de lei ao seu lider, vetou e orientou a derrubada do próprio veto. Ele se saiu bem na história e a Câmara ficou mal diante da opinião pública”, disse um dos 25 vereadores do grupo de sustentação do prefeito ao elizeupires.com na manhã dessa terça-feira.

A derrubada do veto era para ter sido votada na sessão do dia 18 de junho, mas por conta das pressões feitas por funcionários da área da educação o presidente da Câmara, Maurício Moraes o retirou da pauta, recolocando-o para ser votado no dia 25. “Nessa votação todos fizeram cena, até os que votaram contra a derrubada do veto”, completou o vereador, referindo-se aos colegas Carlos Ferreira, o Ferreirinha (PT), Jorge Marote (PHS), Carlos Eduardo Moreira, o Carlinhos Presidente (PDT) e Luis Henrique Souza Barbosa, o Luisinho (PC do B). Ainda de acordo com esse vereador, o grande ator do “espetáculo” foi o presidente da Casa, pois Maurício Morais, para  mostrar a “independência” da Câmara, afirmara o tempo todo que a derrubada do veto era uma “questão de honra”.

Controle de escolas e postos de saúde

Formada por 29 vereadores, a Câmara de Nova Iguaçu pode ser chamada de tudo, mesmo de independente, pois sempre foi controlada pelo Poder Executivo, dono dos cargos e dos negócios. Os votos dos vereadores dependem da distribuição de cargos, principalmente das nomeações de diretoras de escolas e dos postos de saúde, transformados em comitês avançados pelos membros da Câmara comprometidos com os interesses do prefeito.

Os vereadores Carlos Ferreira e Carlinhos Presidente, por exemplo, sempre se serviram dos cargos e nunca foram oposição a nada. A conduta de Jorge Marote também é bastante questionada, pois – assim como Ferreirinha e Presidente – fora servil ao ex-prefeitos Lindberg Farias e Sheila Gama, fingindo não ver as irregularidades praticadas por esses dois gestores, apontados como os piores prefeitos da história do município.

Quanto ao vereador Luisinho, esse é pato novo na lagoa, mas parece já ter percebido de que lado que o vento sopra e onde a água é mais fria. Está no primeiro mandato e foi eleito por um partido que é controlado pelo ex-vereador Fernando Cid, que já conseguiu emplacar, no governo, a esposa e mais alguns chegados.

 

 

 

 

Comentários:

  1. Esse golpe tem vários autores. Foi tudo planejado. A Câmara fez o jogo do prefeito e os vereadores vão continuar indicando as diretoras.

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