Alerj gastou R$ 56 milhões com o Bolsa-Educação em 2017

Os deputados Renato Cozzolino, João Peixoto, Jorge Felipe Neto e Waldeck Carneiro lideram a lista

Filho de deputada cassada sob acusação de fraude na distribuição do benefício é o primeiro da lista de parlamentares que mais tem beneficiados em seus gabinetes

O Reforço Escolar, mais conhecido como Bolsa-Educação, programa de benefício da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro para filhos de funcionários e de assessores com idade até 25 anos, custou aos contribuintes fluminenses mais de R$56 milhões no ano passado e os deputados Renato Cozzolino, João Peixoto, Jorge Felipe Neto e Waldeck Carneiro são os parlamentares com o maior volume de bolsas registrado no segundo semestre de 2017. Filho da ex-deputada Jane Cozzolino – que teve o mandato cassado em 2008, sob acusação de envolvimento num esquema de fraude com o benefício –, Renato aparece com 51 bolsas no período, três a mais que Peixoto e Jorge, com 49 cada um, enquanto Waldeck surge com 47 beneficiados. Considerando esses números, as 12 parcelas pagas em um ano e o valor de R$1.136,53, os três gabinetes que encabeçam o ranking gastaram mais de R$2,6 milhões durante o ano.

As investigações sobre as fraudes apontadas no Bolsa-Educação em 2008, além das deputadas Jane Cozzolino e Renata do Posto apontaram ainda os parlamentares João Peixoto, Edino Fonseca (PR) e Ayrton Dias, o Tucalo (PSC). Esses dois não conseguiram renovar seus mandatos, mas, a exemplo de Peixoto, foram absolvidos no relatório final da CPI. Na época o ex-presidente da Casa, Jorge Picciani, analisou assim o resultado: “O mesmo plenário que julga é o plenário que absolve. A gente deu uma resposta para a sociedade e demos um voto de confiança a três deputados. Não é fácil cassar dois deputados com 48, 50 votos no mesmo dia e ao mesmo tempo dar votos de confiança para outros três. O Tucalo quer se redimir porque sabe que passou do limite. A gente está satisfeito, mas não tanto”.

Em 2008 também foram levantadas suspeitas sobre os deputados Marco Figueiredo, João Pedro, Anabal Barbosa (hoje prefeito de Seropédica), Marcelino D’Almeida, Jorge Moreira Teodoro, o Dica e Altineu Côrtes (atualmente cumprindo mandato de deputado federal), mas as investigações não chegaram a lugar algum.

Cada gabinete pode ter até 20 assessores e por lei, todos que tiverem filhos em instituição de ensino particular podem requerer o benefício, o que é feito através de cada parlamentar. De acordos com dados disponibilizados pela Alerj, os gastos com o benefício somaram R$ 3.676.387,34 em janeiro, R$ 3.444.378,19 em fevereiro, R$ 4.997.896,53 em março, R$ 4.820.526,86 em abril, R$ 4.930.003,58 em maio, R$ 4.935.068,40 em junho, R$ 4.767.635,35 em julho, R$ 4.566.147,75 em agosto, R$ 4.959.513,79 em setembro, R$ 5.178.142,30 em outubro, R$ 5.096.579,34 em novembro e R$ 5.292.225,35 dezembro. A Casa informa que adotou mais rigor na concessão do benefício. A Casa informou ter adotado mais rigor na concessão da bolsa.

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