Arrogância do governo compromete educação em Valença

Prefeito chegou a deixar professores sem pagamento

Metendo os pés pelas mãos, mostrando incapacidade de administrar o município e de conviver no estado democrático de direito, o prefeito de Valença, Álvaro Cabral fez mais uma bravata e de novo ficou mal diante da opinião pública. Dessa vez o capítulo triste da recente história do município escrito pelo prefeito foi o corte do pagamento dos professores da rede municipal de ensino, segundo reclamam alguns membros da categoria, em greve desde o dia 29 de maio. Os salários só foram liberados na última sexta-feira depois que membros da Comissão de Educação da Assembleia Legislativa estiveram na cidade. Nessa segunda-feira a categoria deverá realizar uma reunião para decidir se volta ou não ao trabalho, pois o prefeito ainda não apresentou nenhuma proposta de reajuste e de melhoria das condições de trabalho aos professores.

O que seria para ser tratado apenas como um assunto interno de fácil solução, ganhou proporções de crise por conta da falta de diálogo por parte do governo, a ponto de provocar uma audiência pública com deputados, vereadores, professores e moradores da cidade. Na visão de vereadores e lideranças comunitárias Álvaro Cabral vem se comportando como se fosse um ser inatingível, que tem se recusado a ouvir as reivindicações da categoria, que clama por melhores condições de trabalho, uma merenda de melhor qualidade e um reajuste salarial de 15%, sendo pagos em dia.

A arrogância do prefeito põe em risco o ano letivo e prejudicando os quase nove mil alunos da rede municipal de ensino. Durante a campanha eleitoral do ano passado, Álvaro levantou a bandeira de melhores condições de trabalho para os cerca de 1500 servidores da educação, discurso que ele parece já ter esquecido. Na sexta-feira o prefeito enviou uma carta evasiva à categoria, sem definir a nova data-base para o reajuste anual da categoria, que legalmente deveria ter sido o dia 1º de maio.