Chefe de gabinete é quem dá as cartas em Guapimirim

Vice-prefeito já está sendo visto como “tábua de salvação”

A falta de comando por parte do prefeito Marco Aurélio Dias (PSDC) – que, de acordo com relatos de membros do próprio governo, estaria deixando as decisões importantes por conta do chefe de gabinete, o contador e advogado Getúlio Jorge Braga Gonçalves – está servindo de base para um movimento que já se movimenta forte para levar ao poder o vice-prefeito Wagj Farah, que teve participação importante na eleição de Marco Aurélio, mas não vem sendo ouvido em nada. Os rumos pelos quais a administração está seguindo, a falta de transparência com os gastos públicos, os processos licitatórios e contratos nada claros preocupam os que buscam dias melhores para a cidade e essa preocupação já vai começar a ser transformada em instrumento de pressão sobre a Câmara de Vereadores, que, de acordo com algumas lideranças locais, “não fiscaliza os atos do Poder Executivo, optando pela omissão conveniente”.

Hoje, de acordo com um assessor bem próximo, o prefeito não faz nada sem o sinal verde do chefe de gabinete, que teria sido colocado no cargo por determinação do ex-prefeito Renato da Costa Mello Júnior, o Junior do Posto, para, segundo a fonte, `cuidar dos interesses do ex-prefeito´. “O Getúlio chegou mansinho lá de Cachoeiras de Macacu e hoje domina o governo. É ele quem decide tudo por aqui. Controla todos os processos que tratam de despesas e o prefeito só faz mesmo é assinar. Na verdade, temos um governante de fato e outro de direito. Getúlio não foi eleito a nada, mas se pode dizer que é ele quem governa”, completou.

Câmara supérflua

Marcada por escândalos tanto quanto o Poder Executivo, a Câmara Municipal vem sendo apontada como desnecessária na cidade. Composto pelos vereadores André de Azeredo Dias, Alcione Barbosa Tavares, Claudio Vicente Vilar, Fernando Amaro Garcia, Franklin Adriano Pereira, Marina Pereira da Rocha, Osvaldo São Pedro Pereira, Rizê da Silva Silvério, Rosalvo de Vasconcellos Domingos e presidida pelo primeiro, o Poder Legislativo não deu um passo até agora no sentido de cumprir o dever de fiscalizar os atos da Prefeitura.

Para algumas lideranças comunitárias o presidente André de Azeredo estaria optando pela mesma cegueira de seu antecessor, Iram Moreno Oliveira, o Iram da Serrana, destituído do cargo depois de ter sido preso em mais uma operação policial realizada na cidade, na qual foi  detido também o vereador Alexandre Duarte de Carvalho.

“Na verdade não descobrimos até hoje para que serve a nossa Câmara de Vereadores. Em minha opinião aquilo só serve para torrar o dinheiro do povo, pois os que deveriam nos representar só defendem mesmo os próprios interesses. Como esses vereadores vão fiscalizar alguma coisa se também têm lá interesses no governo”, questiona Antonio Carlos de Souza.