Aumento gordo para grupo seleto de Japeri tramita mais rápido na Câmara, mas apuração de possível superfaturamento fica na gaveta

Conforme o elizeupires.com revelou na matéria Testes de diabetes podem sair bem mais caro em Japeri, a Secretaria de Saúde do município mais pobre da Baixada Fluminense licitou a compra de 813 mil tiras para aparelhos de medição de glicose a preço superior ao verificado para vendas no varejo, mas se depender da Câmara de Vereadores a apuração não vai acontecer tão cedo, pois o presidente da Casa, Marcio José Russo Guedes, o Manequinha, não colocou em votação um requerimento de pedido de informações sobre o pregão das tirinhas apresentado pelo vereador Helder Pedro, mas levou à apreciação do plenário – fora da pauta – um movimento que pode imprimir mais rapidez na votação de um projeto de lei que beneficia um seleto grupo de 14 servidores, que pode passar a ter um aumento automático de 20% a cada cinco anos.

Na sessão de terça-feira (25) Manequinha levou ao plenário a apreciação de um pedido de vista ao parecer contrário dado por Helder – que preside a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara – na proposta de aumento constante de um projeto de lei já batizado de “incubadora de marajás”.

O pedido de vista foi apresentado em mesa pelo vereador Clesio Pedrosa Soares, o Clésio do Bingo, sem ser lido no expediente da sessão. O mesmo procedimento, entretanto, não foi adotado por Manequinha no caso do pedido de informações sobre a licitação das tiras de medição de glicose.

De acordo com o autor do requerimento Márcio “enfiou o requerimento debaixo do braço e encerrou a sessão, afirmando que o presidente é ele”, sendo aplaudido por uma platéia formada de ser servidores da alta cúpula do prefeito Cesar Melo, que passaram milagrosamente a irem a todas as sessões da Câmara para defender os interesses deles.

Incubadora de marajás – O município de Japeri tem cerca de dois mil servidores efetivos, trabalhadores que acumulam perdas salariais e direitos ignorados, entre eles o auxilio transporte, negado sob a alegação de que a Prefeitura não tem recursos para isso. Porém, um grupo de privilegiados está sendo tratado de maneira diferente pelo prefeito Cesar Melo, através de um projeto de lei que, se aprovado da forma em que está, pode criar uma casta de marajás.

Pelo que está no papel do suposto plano de cargos e salários que atenderia a todos, menos de 1% do quadro de servidores será beneficiado de fato. São administradores, economistas, contadores e técnicos de contabilidade, pessoal que passaria a ter 20% de reajuste a cada cinco anos, com validade retroativa, o que garantiria o pagamento de quinquênios acumulados, além de assegurar ao servidor que ocupar cargo de secretário, salário dobrado e mais uma gratificação pela função.

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