Lá onde mora o perigo

Poluição causa doenças em três bairros de Magé

Ironicamente o nome é Cen- tral de Tratamento e Valorização Ambiental (CTVA), mas, para os mo- radores dos bairros Parque Bone- ville, Barão de Iri I e II, é o endereço do perigo. Trata-se de uma unidade de tratamento de resíduos tóxicos, instalada em 1998 nas margens da Rodovia Rio-Teresópolis, para, se- gundo foi alegado na época “levar o progresso e gerar empregos”. Pas- sados quase 15 anos a única coisa que o CTVA levou para o município de Magé são poluição e casos de doenças. A empresa, que chegou à cidade com o nome de Ambiência, agora é Essencis Solução Ambiental, mas, reclamam os moradores do seu entorno, nada mudou, muito pelo contrário, “as coisas só pio- raram”. Nos últimos 12 meses a empresa recebeu várias multas da Secretaria Municipal do Meio Am- biente, está com o alvará vencido e tudo indica que esse documento não será renovado, mas quanto à licença ambiental, essa é de competência do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), o mesmo que vem liberando licenças para empresas poluidoras em vários pontos do território fluminense.

A Essencis funciona numa área de 440 mil metros quadrados, instalada em 20 mil metros quadrados de galpões cobertos e são neles que o perigo habita. De frente para a empresa está o bairro Parque Boneville e do lado oposto os bairros Barão de Iriri I e II, distantes cerca de três quilômetros, distancia que não impede os moradores de sofrerem as consequências. A empresa foi notificada pelo Inea de que deveria instalar seis filtros anti-odor, providenciou apenas dois e ficou por isso mesmo. Os moradores do entorno reclamam que durante a madrugada o ar é tomado por forte cheiro de gás e por uma fumaça negra (resultado da queima do lixo hospitar), o que dificulta a respiração. O problema afeta diretamente aos alunos da Escola Municipal Parque Boneville e, de acordo com os pais, muitos estudantes sofrem com problemas respiratórios.

Em agosto o Inea foi novamente acionado pelos moradores, mas a situação continua a mesma. “A situação aqui é insustentável. Já vivia aqui com a minha família antes dessa empresa vir para cá. Quem deu a licença para o funcionamento dessa coisa ruim certamente não pensou em nós, em nossas crianças. Antes funcionava aqui a Emaq, que gerava empregos e não poluía. Agora tem essa ai, que não traz benefício algum”, protesta José Francisco de Souza.

Braço de dois grandes grupos empresarias (Solvi e Cavo), a Essencis foi fundada em 2001 e atua em todo o território nacional e é apontada como líder do mercado no Brasil e detentora de muita influência, o que, segundo alguns moradores, estaria contribuindo para que o Instituto Estadual do Ambiente evitasse tomar decisões mais enérgicas.

Comentários:

  1. Bom dia à todos. caro Elizeu aproveitando o gancho quero lhe dizer que em Jardim Esmeralda tem uma com o nome de Plastimassa ou coisa parecida que também atormenta a população local. Os problemas são os mesmos e o horário de pico pra eles liberarem os gases poluentes e de mau odor também são os mesmos, de noite e madrugada, deve ser porque a fiscalização é menor nesse horário, um abraço e fiquem com DEUS.

  2. Se a Essencis opera sem avará de funcionamento, não cumpre notificação do INEA para a instalação de número suficiente de filtros, já recebeu várias multas e ainda assim, continua operando, ESTÁ FALTANDO AQUILO ROXO AO SECRETÁRIO MUNICIPAL DE MEIO AMBIENTE. Em outros tempos, conforme noticiou o Elizeu em 17/06/2013, esta mesma secretaria paralisou, corretamente ou não, por quase dois anos, as obras do GOVERNO DO ESTADO para a ampliação do sistema de abastecimento de água para o centro de Magé e para os moradores das localidades de Suruí e Mauá. Porque não peitar o INEA e paralisar os serviços desta firma que está operando irregularmente? Com a palavra, o Sr. LEANDRO VIDAL SANTOS.

  3. Elizeu, você é bom mesmo! Esse assunto é muito importante para Magé.
    Um amigo que trabalha comigo, sabe que de vez em quando me meto em assuntos políticos, passou em Suruí e sentiu um mau cheiro!
    Expliquei que Magé é o município dos 3 cheiros. O primeiro fedor é em Bongada. O Segundo é em Surui e o Terceiro é esse que você relatou. Essencis! Que nome lindo! O meu colega achava que Essencis era um nome dado por fazer Essências.
    Quem liberou essas licenças, estava a fim de sacanear Magé!
    Magé precisa de respeito. Somos o município mais velho da baixada fluminense. Vamos aplicar a Lei da 3ª. Idade em Magé?
    Alguém disse que estão querendo levar esses maus cheiros para Mauá. Será que é para justificar o nome. Mau á?

    1. Vamos ser mais claro. Quem está defendendo a empresa e já procurou o prefeito para falar sobre isso e não foi recebido é o vereador Geraldão. Também gostaria de saber que interesse é esse, pois vereador é para representar os interesses do povo e não defender empresa poluidora.

  4. Boa tarde, Elizeu. Muito oportuna essa matéria e te agradecemos por isso. A complacência do Inea nos apavora, mas ainda que a Prefeitura não renome o alvará e o Inea resolva arrochar de verdade, sempre há de aparecer uma liminar na Justiça favorecendo uma grande empresa como essa.

  5. Meus caros, essa empresa só está em Magé porque financia campanhas de prefeitos e vereadores.
    Então a quem recorrer, ratos tomando conta de queijo é complicado.

  6. É mas vai ficar ruim para eles, pois a campanha de Nestor foi financiada pelo voto do eleitor e se depender dele essa empresa irá para bem longe de Magé. Fora Essencis!!! Chega de poluição!!!

  7. Boa tarde sou moradora do parque iriri,essa empresa tambem acabou com o rio.Nem peixe mais tem destruiram tudo,e verdade que essa empresa vai indenizar a população

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