2013, um ano que não vai terminar em Valença

Professores ameaçam não voltar às salas de aula em 2024

Marcado por falta de merenda e transporte para alunos, protestos contra as péssimas condições de trabalho e greve dos professores, o anos de 2013 vai entrar para a história de Valença como o pior para o setor de educação e o próximo ano letivo pode até não começar no primeiro trimestre de 2014. O alerta é feito por lideranças dos profissionais da rede municipal de ensino. Em todo o Brasil, por conta da Copa do Mundo, a volta às aulas está agendada para o dia 3 de fevereiro, data que, pelo menos nesse momento, não está valendo para Valença.

De acordo com os professores, o não cumprimento da data base da categoria, que deveria ter recebido reajuste salarial em maio, pode levar os profissionais de ensino a cruzarem os braços antes mesmo de as aulas começarem, pois o prefeito Álvaro Cabral não cumpriu a palavra registrada em documento, no qual teria assegurado que o reajuste sairia ainda este ano, o que ainda não aconteceu e não há o menor indício de que irá acontecer até o próximo dia 31.

Em vez de sentar para renegociar o prazo, o prefeito preferiu pressionar a categoria e prometeu fazer cortes no salário casos os professores decidissem não repor as aulas que ficaram devendo por conta da greve feita este ano. Esta coação levou a Câmara de Vereadores, por unanimidade, a aprovar um decreto legislativo proibindo que o prefeito cumpra a ameaça. Não houve qualquer corte nos vencimentos de novembro, o pagamento de dezembro vai sair integralmente até o quinto dia útil de janeiro, mas os professores continuam pressionando pelo cumprimento da data base. O movimento de classe que começou em reuniões sindicais acabou ganhando as ruas e o apoio dos pais de alunos, mas esses querem que as aulas que faltaram no ano letivo de 2013 sejam dadas. O fato é que os mais prejudicados com essa queda de braço sãos as crianças matriculadas nas escolas municipais.

Para não voltarem às salas de aula sem o reajuste os professores estão confiando nos efeitos do decreto legislativo que foi aprovado para anular o decreto através do qual o prefeito determinou a reposição das aulas em 2014, sob pena de demissões e cortes salariais. O problema é que para dar aumento a administração precisa ter recursos financeiros suficientes e previsão orçamentária, o que o governo alega no ter. Assim como o ano letivo ainda não terminou por conta da greve ocorrida no meio do ano, tudo indica que essa disputa está longe do fim, devendo ir parar na Justiça, onde, acredita o representante do Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação, Danilo Serafim, deverá ocorrer uma reunião com o governo, para definir o dissídio da categoria. “O governo tem que ficar sabendo que nem 2013 termina e nem 2014 começa”, afirmou Danilo.