Uma boa ideia que vem de Magé

Projeto do Rio Rural transforma garrafas PET em telhas

Uma das práticas mais adotadas entre os pequenos agricultores, a criação de galinhas caipiras está sendo beneficiada por um projeto de extensão inovador, na microbacia Rio Cachoeira, em Magé. Os produtores Gerci e Conceição de Oliveira estão usando materiais reaproveitados para a instalação de um galinheiro, construído com incentivos financeiros do Rio Rural, programa da Secretaria Estadual de Agricultura. Em vez de um telhado convencional, os produtores optaram por estruturas feitas de garrafas PET. As telhas de plástico reutilizado foram confeccionadas com apoio do projeto Capim Limão, do Instituto de Biologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Os bolsistas Raíssa Theberge e Érico Freitas, que participam das atividades do Rio Rural na microbacia, estão ajudando os agricultores a encontrar soluções sustentáveis para os problemas da comunidade, identificados no Diagnóstico Rural Participativo.

Uma dessas ideias, o telhado de PET reduz custos e, ao mesmo tempo, reaproveita um material que antes iria para o lixo. “Para fazer as telhas, gastamos dinheiro apenas com grampeadores. O modelo é interessante para despertar a consciência sobre a questão do lixo na comunidade”, explica Érico.

Segundo o técnico da Emater-Rio, Edison Cruz, executor do Rio Rural, a economia gerada com o telhado alternativo será usada para complementar a compra de ração para as galinhas. “O tempo necessário para que o projeto comece a dar retorno ao produtor será menor”, disse.

Outra vantagem é o telhado ser transparente, o que favorece a postura dos ovos, pois as galinhas normalmente produzem mais quando vivem em locais bem iluminados. Durante a montagem das telhas, o produtor Gerci de Oliveira esteve ao lado dos estudantes, observando, e se mostrou satisfeito com o trabalho. Ele e sua companheira vivem da aposentadoria e pretendem complementar a renda com a venda dos ovos.

De acordo com a bolsista Raíssa Theberge, a parceria entre o Rio Rural e o projeto Capim Limão pode render bons frutos. Isso porque a UFRJ realiza pesquisas e projetos sobre agroecologia e mantém, no campus da Ilha do Fundão, um espaço experimental voltado para a agricultura sustentável. No Instituto de Biologia, os alunos também contam com uma disciplina específica sobre agrofloresta e agroecologia, um incentivo a mais para os alunos que desejam unir o aprendizado acadêmico com atividades em campo. “Além da possibilidade de promover intercâmbios e firmar convênios para obtenção de mudas, a UFRJ tem uma área própria que pode ser usada para trabalhos agroflorestais”, complementou Raíssa.

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