Salve-se quem puder em Valença

Desaso do governo agora é com os idosos

Além de não garantir a regularidade da merenda escolar e não distribuir os medicamentos de uso contínuo aos pacientes crônicos que tem esse direito assegurado por lei e sustentado por decisões judiciais, a Prefeitura de Valença também não está atendendo aos idosos e vem inviabilizando vários projetos voltados para a terceira idade. O cúmulo do absurdo é a falta de repasses para a Casa São Vicente, uma instituição filantrópica conhecida na cidade como Abrigo dos Idosos. O repasse – coberto por verba federal – deveria ser feito todos os meses, mas o abrigo ficou praticamente o ano de 2013 inteiro sem receber e não há o menor sinal de que poderá contar com o recurso este ano. A falta de responsabilidade e sensibilidade por parte da administração municipal vem causando revolta na cidade, mas parece que o prefeito Álvaro Cabral (PRB), não está nem aí para isso.

“Nós ficamos sem receber praticamente um ano e só conseguimos receber alguma coisa recentemente devido a uma denúncia ao Ministério Público”, afirma a freira Ruth Inês, presidente da Casa São Vicente. Irmã Ruth está muito preocupada com a situação e teme ser obrigada a fechar a instituição se os repasses, garantidos por verba do Ministério de Desenvolvimento e Combate à Fome, não forem normalizados. Segundo ela, a Prefeitura fez apenas dois repasses referentes a 2013 (janeiro e fevereiro) em novembro, quando pagou ainda os meses de outubro, novembro e dezembro de 2012, o que não ajudou muito, por conta do longo período de atraso.

Os atrasos nos repasses para o Abrigo de Idosos não são novidades, mas as coisas pioraram bastante na gestão do prefeito Álvaro Cabral. Os R$ 4 mil mensais representam muito pouco para os cofres da municipalidade que paga, por exemplo, pelo serviço de coleta de lixo mais caro do estado, mas é uma ajuda e tanto para essa instituição. Irmã Ruth conta que a Prefeitura, além de dez meses de 2013, deve cinco meses de 2011. Ela teme que a Prefeitura não repasse os atrasados e os meses que faltam do ano passado, pois a má vontade do prefeito para com a instituição tem sido grande. Segundo Irmã Ruth, o prefeito vinha se negando a assinar o contrato que garantia os repasses de 2013 e só assinou porque o Ministério Público interferiu.

Além de não liberar os recursos financeiros para o abrigo, a administração ainda comete outra maldade com os idosos necessitados da ajuda do poder público: a farmácia municipal não está fornecendo os medicamentos, obrigando a instituição a gastar com remédios muito mais do que deveria receber de repasse mensal. Os gastos com remédios chegam a R$ 6 mil por mês. A casa, lembra Irmã Ruth, só não fechou ainda porque tem recebido doações da sociedade.

 

 

 

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