
Político evangélico foi trucidado a tiros dias antes de assumir uma cadeira na Alerj
O Órgão Especial do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro decidiu que o deputado estadual Marcos Abrahão, sargento reformado da Polícia Militar, vai mesmo responder pelo assassinato deputado eleito e bispo da Igreja Universal do Reino de Deus, Valdeci Paiva de Jesus, ocorrido em janeiro de 2003. Marcos, que era o primeiro suplente, se beneficiou diretamente com a morte de Valdeci, que foi executado com 19 tiros quando chegava à sede do PSL, no bairro de Benfica, na Zona Norte do Rio. Ele morreu dias antes de assumir o mandato para o qual fora eleito em outubro de 2002.
A denúncia apresentada pelo Ministério Público foi aceita no último dia 3 pelo TJ e o processo começou a tramitar ontem. De acordo com a promotoria, Marcos Abrahão é o mandante do do crime. O deputado – que assumiu a vaga de Valdeci, foi eleito em 2006 e reeleito em 2010 – foi denunciado com outros quatro réus e chegou a ser pronunciado em 2005 para ser submetido a julgamento pelo 4º Tribunal do Júri. Agora, por decisão do Superior Tribunal de Justiça, o processo está tramitando no Órgão Especial do Tribunal de Justiça onde, Marcos, por foro especial por prerrogativa de função, será julgado.
O crime aconteceu por volta das 10h15 do dia 24 de janeiro de 2003 e fora praticado por quatro homens, sendo que de dois deles estavam presos na delegacia de Cabo Frio e foram soltos apenas para assassinarem o deputado eleito. Esse fato foi denunciado por um homem custodiado naquela unidade policial a um defensor público. Essa versão foi confirmada depois pela Polícia Civil a partir do reconhecimento feito por uma testemunha. Pelo que foi apurado, os acusados de terem cometido o crime tinham relações com pessoas ligadas a Marcos Abrahão.