
Professores de matemática apelam para a maquininha na hora de ensinar
O comerciante José Francisco de Souza usa a calculadora todos dias em seu pequeno estabelecimento localizado no bairro São Bernardo, em Belford Roxo, mas ficou muito chateado ao ver o filho de 11 anos apelando para a maquininha para fazer uma conta de multiplicar, uma operação simples de matemática. A chateação deu lugar à surpresa: “Minha professora também usa e quando pedimos explicação ela manda a gente tentar fazer sozinho e fica mexendo no celular”.
Belford Roxo, nos últimos 15 anos fez vários concursos para o magistério e essa professora de matemática possivelmente deve ter sido aprovada em um deles. O município tem um baixo índice de eficiência educacional, segundo avaliação do Ideb, com base no ano letivo de 2011.
O uso da calculadora para explicar questões de matemática também é verificado no município de Magé e isso, na Escola Municipal Professora Jupira Ferreira Correa, localizada na Rua Caramuru, em Piabetá, deixou surpresa uma aluna de 12 anos, que, com dificuldades para equacionar uma questão, ouviu da professora de matemática que usasse a calculadora e tentasse sozinha. A aluna insistiu no pedido de ajuda e a “mestra” apelou para a calculadora de seu celular, sem dar à estudante a explicação necessária para a solução.
Culpa do uso da calculadora ou não, o fato é que os números do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) mostram um quadro desolador para essa escola de Piabetá: a porcentagem de alunos com aprendizado adequado em matemática foi baixíssima – 44% no quinto ano e apenas 4% no nono.
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