Pede logo para sair

Aposta nos ambientes políticos é de que Lupi não fica mais nem uma semana no Ministério da Previdência

● Elizeu Pires

Menos de 24 horas após a passada de Carlos Lupi pela Câmara dos Deputados, onde jurou de pés juntos que não sabia do esquema de descontos ilegais nos proventos dos aposentados, e afirmou que não se omitiu depois de informado, começou a ecoar nos ambientes de Brasília que o ministro da Previdência Social não dura mais que uma semana no cargo.

O fato é que os argumentos de Lupi na Câmara não convenceram a ninguém. Nem mesmo o pessoal do governo. Em assim sendo seria aconselhável que o político carioca sem votos que se apoderou do PDT depois da morte de Leonel Brizola, começasse esvaziar as gavetas e pedisse demissão, poupando o presidente da República do trabalho de exonerá-lo.

Depois da operação da Polícia Federal que desbaratou o esquema da roubalheira, Lupi passou alguns dias tentando aliviar a situação do agora ex-presidente do INSS Alessandro Stefanutto, que, para o por enquanto ministro, é um “homem bastante qualificado”; e gastou horas e muita paciência alheia negando que tivesse algo a ver com o surrupio mensal na aposentadoria de alguns milhões de brasileiros.

Agora resta saber se o presidente Lula já perdeu sua paciência com Carlos Lupi que, não sei se vocês lembram, foi demitido do Ministério do Trabalho pela presidente Dilma em 2011, também debaixo de denúncias de corrupção.

O fato é que aquele “quem fez errado que vá para a cadeia” e o “eu não estou aqui para acobertar o roubo de quem quer que seja” ditos na Câmara não deverão ser suficientes para manter Lupi no ministério, pois ele já não tem como sustentar o argumento de que não sabia que havia uma quadrilha operando no alto escalão do INSS.