O bom exemplo que vem do interior

Para preservar a mata e as nascentes Clineo aliou a cultura da banana a da pupunha e os resultados são ótimos

Produção sustentável e bons negócios para pequenos agricultores

Agricultores familiares do interior do estado do Rio de Janeiro estão sendo transformados em agentes da preservação ambiental. Isto se tornou possível através de um programa da Secretaria de Agricultura, o Rio Rural, que tem implementado ações que mudam a visão de que a agricultura seria a grande é vilã na preservação do meio ambiente. A proposta une assistência técnica e incentivos financeiros, buscando aliar a conservação dos recursos naturais à melhoria da produtividade. O resultado está na produção de água, segurança alimentar e na proteção do solo, com a produção de alimentos e a proteção ambiental caminhando lado a lado.

O produtor de bananas Clíneo Gonçalves da Silva adotou o sistema agroflorestal em sua propriedade, em Saquarema. Com apoio do Rio Rural ele comprou equipamentos e mudas para implantar as técnicas agroecológicas necessárias. Para ter uma renda a mais e de quebra proteger a mata nativa Clineo passou a cultivar também o palmito de pupunha. “Não gosto de derrubar as árvores, porque elas protegem o solo e as culturas”, fala o produtor cujo exemplo vai sendo multiplicado na região.

Financiado com recursos do Banco Mundial, o Rio Rural cobre hoje 350 microbacias hidrográficas no estado e atende a 48 mil famílias nas zonas rurais. A meta é chegar a 72 municípios até 2018, contabilizando US$ 233 milhões em ações de desenvolvimento. “Os agricultores são nossos principais aliados em busca da sustentabilidade. Com o Rio Rural, mostramos que a agricultura sustentável é justa, do ponto de vista social, e consegue ser também economicamente viável. Trabalhamos para garantir às gerações futuras a capacidade de suprir as necessidades de produção com mais qualidade de vida”, pontua o secretário estadual de Agricultura, Christino Áureo.

Além de por alimentos de boa qualidade na mesa e melhorar a situação financeira dos pequenos produtores, com os projetos de conservação dos recursos hídricos, preservação ambiental e boas práticas agrícolas o programa oficial tem ajudado a aumentar a disponibilidade de água para a população. Há seis anos foi lançada com a campanha Água Limpa para o Rio Olímpico, estabelecendo como meta a proteção de 2.016 nascentes até as Olimpíadas. A proposta foi tão bem aceita que já no ano passado a meta foi ultrapassada. Segundo dados da Superintendência de Desenvolvimento Sustentável, 3.120 nascentes foram protegidas em todo o estado até o final de 2015, um volume de água superior ao de mais de quatro mil piscinas olímpicas cheias, por ano. “Quem preservou, conseguiu, por exemplo, aumentar a oferta de água em sua propriedade e minimizar os efeitos da forte estiagem que atingiu o Rio de Janeiro entre 2013 e 2014”, explicou Herval Fernandes Lopes, gerente-técnico de Desenvolvimento Sustentável da Emater-Rio.

 

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