Paraíba do Sul: Em crise gerada pelo congelamento da tarifa imposto pela Prefeitura, empresa terá de demitir a metade dos funcionários

● Elizeu Pires

Há mais de dois anos sem reajuste na tarifa cobrada pelo transporte de passageiros, a empresa Conecta, concessionária das linhas municipais de ônibus em Paraíba do Sul, no interior do estado do Rio de Janeiro, está passando por sérias dificuldades financeiras, e deverá demitir 46% dos funcionários para, segundo a direção, tentar equilibrar as contas, abaladas pelos seguidos aumentos no preço do óleo diesel e de outros insumos constantes na planilha de custos da prestação do serviço.

O congelamento imposto pela prefeita Dayse Onofre se soma alta dos insumos, eleva pelo constante aumento do preço do óleo diesel, mas se a empresa reclama do estrangulamento financeiro e do desequilíbrio no contrato, a Prefeitura alega que não autoriza o reajuste previsto no edital porque a Conecta estaria deixando a desejar. Porém, pelo que se comenta nos ambientes políticos da cidade, a intenção seria a saída da empresa.

De acordo com a Prefeitura, em vistoria na empresa foram encontrados veículos com “documentação desatualizada; idade imprópria; falta de limpeza interna e externa; janela com material impróprio; letreiro e janela com defeito; problemas na lataria; assento com problema e emplacamento não conforme”. Por sua vez a direção da Conecta revela que as informações da administração municipal não procedem, pois foi notificada pela fiscalização e agiu para corrigir as falhas.

“Assim que tomamos conhecimento agimos de forma imediata para resolução dos itens descritos. Vale ressaltar que a empresa vem enfrentando um desequilíbrio econômico do contrato a mais de dois anos, onde o poder concedente não cumpre com a sua parte prevista no edital e no Termo de Ajuste de Conduta assinado pela a empresa e a Prefeitura, onde há direitos e responsabilidades de ambas as partes”, diz a direção da Conecta em nota oficial, destacando “não existe nenhuma intenção de paralização total da nossa frota”, e que a Conecta está “aberta ao diálogo com finalidade de resolver de forma pacifica a questão apresentada”.

Condenação – Esposa do ex-presidente do Detro Rogério Onofre, que também já governou o município de Paraíba do Sul, a prefeita Dayse Onofre, chegou a ser condenada no ano passado há 13 anos de prisão por evasão de divisas, em sentença do juiz da 7ª Vara Federal Criminal, Marcelo Bretas.

Ela foi denunciada junto com o marido em um caso de corrupção que envolvia o pagamento de propina por pate das empresas de ônibus do estado do Rio de Janeiro, ao Detro. O marido dela foi condenado a uma pena de 40 anos e nove meses.

De acordo com a denúncia à Justiça Federal, as investigações apontaram o pagamento de R$ 43,4 milhões por proprietários de empresas de ônibus e membros da cúpula da Fetranspor a Rogério Onofre, o que teria ocorrido entre 2010 e 2016.

*O espaço está aberto para os citados na matéria.

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