Prefeito quer parcelar dívida, mas não revela o tamanho do rombo
A prefeita eleita Lucimar Ferreira (PR) ainda não sabe o tamanho da enrascada em que se meteu ao vencer a disputa pela Prefeitura de Paracambi. O município está falido e o atual prefeito, o petista Tarciso Gonçalves, deverá deixar para trás pelo menos dois meses de salário e bom seria se parasse aí. A dívida contraída na gestão atual com fornecedores e prestadores de serviços é enorme, mas os números em relação a ela são tão misteriosos quanto os gastos do governo ao longo dos últimos sete anos, 11 meses e 17 dias, pois Tarciso – apontado como um gestor avesso à transparência – não informa onde, em que ou com quem gasta o dinheiro público, já que esconde as contas que deveriam ser públicas numa verdadeira caixa-preta. Na semana passada, por exemplo, ele enviou à Câmara de Vereadores um projeto de lei que o autoriza a contratar com os credores operações de crédito na forma de confissão de dívidas, permitindo o parcelamento em 36 meses dos valores devidos. Isto significa dizer que, aprovada a proposta, Lucimar vai passar três dos seus quatro anos de mandato tapando o buraco aberto pelo atual prefeito que quer parcelar o débito, mas não revela quanto o município deve.
Desde o dia 10 de outubro que a equipe da prefeita eleita está tentando ter acesso a informações sobre a real situação do município. Flávio Ferreira, futuro secretário de Governo, já foi recebido na Prefeitura, mas sobre nada foi informado e o acesso de uma comissão de transição ainda não foi autorizado. Assim, a preocupação que já era grande aumentou bastante esta semana, quando Flávio tomou conhecimento do projeto de lei que pode comprometer a futura gestão, que vai ter que arrecadar para pagar as dívidas contraídas pela atual, o que deixará o futuro governo sem recursos para promover novas ações. Na opinião de Flávio este parcelamento pode representar pelo menos quatro anos de atraso para o município.
De acordo com o projeto de lei preparado pela Procuradoria Jurídica do município, os valores devidos serão parcelados em até 36 meses e serão pagos com juros de 6% ao ano, acrescidos de correção monetária com base no Índice de Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), mas em nenhum momento a mensagem enviada ao Poder Legislativo fala do total a ser parcelado.
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