Professores de Belford Roxo podem decretar greve

Falta de diálogo e aparente desinteresse do governo revolta a categoria

Ignorados pelo prefeito Wagner dos Santos Carneiro, o Waguinho (foto), que apesar de ter encontrado nas contas da Prefeitura dinheiro do Fundeb suficiente para pagar pelo menos um mês de salário e não o fez, os professores da rede municipal de ensino de Belford Roxo não pretendem retornar às salas de aula sem a garantia de que receberão os vencimentos de novembro, dezembro e o décimo terceiro, mesmo que em parcelas. A categoria se queixa da falta de diálogo por parte do novo governo, que em vez de apagar o incêndio provocado pelo calote dado pelo ex-prefeito Dennis Dauttmam prefere jogar mais combustível no fogo, afirmando que o antecessor não pagou porque não quis, verdade que se aplica também ao sucessor, pois os recursos repassados em dezembro pelo Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação ficaram no caixa, um total de exatos R$ 12.023.848,59, R$ 542.556,71 creditados no último dia útil do ano, acrescidos de mais R$ 2.882.368,59 repassados entre os dias 2 e 13 de janeiro.

Na próxima quinta-feira (19), os profissionais de ensino vão se reunir em assembléia para definir uma greve, movimento que tem a finalidade de mostrar ao prefeito que a categoria não está acuada nem tem medo do jeito Waguinho/Canella de conduzir as coisas, já bem conhecido dos que cercam o prefeito e o vice-prefeito não empossado, mas que aparece no governo com mais poder e força do que o nome escolhido nas urnas para governar a cidade.

Boa parte dos servidores do município passa por dificuldades em casa. Muitos pais separados correm risco de prisão pelo atraso na pensão alimentícia, realidade que não parece sensibilizar a dupla que governa o município. Alguns funcionários tem relatado inclusive casos de intimidação por parte de chefes de setores, que chegam a dizer que o atraso não é problema do atual governo e que o salário de janeiro será pago dentro do mês e o restante “só quando Deus quiser”.