Empresa municipal pesa no orçamento de Nova Iguaçu

A Emlurb tem os compactadores da Greem Life, mas também sucatas como o caminhão Ford modelo 1972, placa KSL-2187, que está com o licenciamento vencido desde 2009

Responsável apenas pela fiscalização da coleta de lixo, a Emlurb já gastou mais de R$ 15 milhões este ano. Resta saber em que e por que. A continuar nesse ritmo a empresa pública vai chegar ai fim do ano com uma despesa global de R$ 60 milhões

 

Considerada cara e supérflua, a Empresa Municipal de Limpeza Urbana, autarquia do município de Nova Iguaçu não tem outra finalidade que não seja a de contratar a prestação do serviço de coleta de lixo e fiscalizar o cumprimento deste, mas parece que não está conseguindo fazer o dever de casa, pois o serviço está a cada dia pior, mesmo custando caro aos cofres da municipalidade. A Emlurb – que é vista como um ralo pelo qual o dinheiro público escoa livremente – tem contratos de terceirização de serviços que ela mesma deveria prestar, mas passa a bola para ficar apenas gerindo os contratos de valores questionáveis e mantendo a locação de uma frota de caminhões velhos que já deveriam ter saído das ruas há muito tempo. Ao todo, do dia 25 de janeiro até ontem a empresa recebeu repasses da Prefeitura no total de R$ 15.024.331,38.

Em novembro de 2013 a Justiça do Trabalho decidiu que a Emlurb não poderia mais terceirizar a limpeza pública e teria de cuidar ela mesma do Centro de Tratamento de Resíduos (CTR), de Adrianópolis, que é explorado pela empresa Haztec Tecnologia e Planejamento Ambiental, que detém concessão dada pela Prefeitura. Assim foi decidido à época porque o município vem sendo condenado em vários processos de indenização trabalhistas, por conta de débitos gerados por empresas contratadas para fazerem a coleta do lixo e a varrição das ruas da cidade. As terceirizadas, ao fim dos contratos, demitem os funcionários, não os indeniza e a empresa pública acaba sendo obrigada a pagar duas vezes. Como decisão da Justiça do Trabalho foi derrubada em instância superior, a terceirização do que a própria Emlurb poderia fazer continua e a estimativa é de que a empresa – que tornou-se desnecessária não prestar diretamente nenhum tipo de serviço à população – tenha gasto cerca de R$ 1 bilhão nos últimos 15 anos, sem contar as indenizações trabalhistas.

De acordo com os registros de pagamentos disponibilizados no sistema da Prefeitura, em janeiro deste ano a Emlurb recebeu três repasses no total de R$ 179.828.76. Em fevereiro o valor global foi de R$ 5.836.546,50 em oito transferências e no mês passado foram feitos seis repasses que somam R$ 6.800.801,75. Este mês, no dia 5, foram liberados R$ 2.207.154,37 e a estimativa é de que pelo menos mais R$ 1,5 milhão seja creditado até o próximo dia 30.

 

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