Depois dos protestos Resende tira 20 centavos da tarifa de ônibus

O prefeito Diogo Balieiro só se mexeu depois dos protestos de domingo, mas esqueceu que durante a campanha eleitoral achava que a tarifa a R$ 2,40 estava de bom tamanho

Só que o  prefeito – que prometera rever o aumento que elevou a passagem de R$ 3,40 para R$ 3,80 – optou pelo meio termo e ignorou os R$ 2,40 que pregava como justos durante campanha eleitoral

Quatro meses após prometer tomar “as providências cabíveis” contra o aumento da tarifa dos ônibus municipais autorizado no dia 1º de dezembro de 2016, o prefeito de Resende, Diogo Balieiro, só resolveu agir no final da tarde desta segunda-feira, mesmo assim só o fez pela metade e porque no domingo (9) os moradores do bairro Fazenda da Barra III promoveram uma manifestação contra o serviço “caro e ruim” prestado pela empresa Transporte Urbano São Miguel, que há 17 anos detém o monopólio do transporte de passageiros no município. A tarifa que até o dia 30 de novembro tinha o valor R$ 3,40 era considerada muito alta pelo hoje prefeito, que durante a campanha dizia que o ideal seria R$ 2,40. Ele não só ignorou o preço que pregava como justo em suas andanças atrás de voto, como decidiu rever apenas parte do aumento, tirando R$ 0,20 dos R$ 3,80 que a São Miguel vinha recebendo desde o último mês do ano passado.

O Decreto 9957 divulgado hoje foi anunciado em vídeo pelo prefeito nas redes sociais e surpreendeu a população que esperava pelo menos o retorno da tarifa anterior. Balieiro, que durante a campanha pregava um valor menor e em entrevista concedida a uma emissora de TV local afirmou que em seu governo a tarifa em Resende seria de R$ 2,40, fixou como novo preço o valor de R$ 3,60.

“Estou aqui em São Paulo fazendo um curso para me aprimorar para ser prefeito a partir de 2017 e acabo de receber a triste notícia de que o Conselho de Transito autorizou o aumento na tarifa de ônibus de R$ 3,40 para R$ 3,80. Isso é um absurdo. A inflação no período foi bem menor que esse percentual, nos vivemos uma crise econômica com um período de grande desemprego e mais uma vez a população vai ser prejudicada. A partir de amanhã vamos tomar todas as providências cabíveis para que esse absurdo não ocorra. O equilíbrio financeiro sempre tende para o lado da empresa e a partir de amanhã isso vai ser analisado, vai ser estudado pela nossa equipe e nós vamos intervir nesse caso”, prometeu o prefeito na gravação divulgada no dia 1º de dezembro do ano, dando a entender que em seu governo iria prevalecer pelo menos a tarifa anterior.

Além de cobrar caro por um serviço que os usuários classificam como péssimo e mesmo sendo muito criticada na campanha por Balieiro, a Transporte Urbano São Miguel, no entender dos observadores mais atentos, está tendo no governo um aliado e tanto contra os anseios da população, pois o prefeito não só demorou em agir e mesmo assim só o fez em parte, como firmou, sem licitação, dois contratos com a Associação Profissional das Empresas de Transportes de Passageiros de Resende (Astransper) ao custo de mais de R$ 2,1 milhão, um para o transporte de estudantes e outro o fornecimento de vale transporte aos servidores, contratos que acabariam beneficiando diretamente a empresa, que fatura com o transporte de alunos, dos funcionários – por ser a que mais carrega – e ainda lucraria na intermediação da venda do vale, já que é a maior associada da Astransperj.

 

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Comentários:

  1. Esse é um dos problemas mas não é o único. Qualidade, mais ônibus na linhas, a volta dos trocadores. A empresa não vem oferecendo um serviço de qualidade. A PMR tem que exercer sua função fiscalizadora e rever o contra da São Miguel.

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