Roubo de cartões do SuperaRJ deixa mais de 10 mil famílias sem auxílio em municípios da Baixada Fluminense

● Elizeu Pires

Criado para garantir auxílio financeiro de até R$ 380 mensais a pessoas carentes, o SuperaRJ, programa de renda mínima do governo fluminense, não passou de ilusão para milhares de moradores da Baixada Fluminense, pessoas que não viram um centavo até agora, embora tivessem o cadastro aprovado e tenham recebido a confirmação de que seus cartões já estavam disponíveis para serem retirados.

É o caso, por exemplo, de uma moradora do bairro Caioaba, em Nova Iguaçu. Mãe de um menino em idade escolar, ela foi comunicada de que poderia fazer a retirada do cartão e até tentou fazê-lo, mas perdeu tempo em todas as tentativas.

O caso desta dona de casa é semelhante ao de milhares de pessoas da Baixada Fluminense, onde, segundo apurou o Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ) foram roubados mais de dez mil cartões, cerca de cinco mil em Nova Iguaçu e mais de seis mil em Belford Roxo. Ainda de acordo como o Tribunal de Contas, outros 4.098 cartões do SuperaRJ foram furtados dos Centros de Referência de Assistência Social (Cras).

Recebimentos indevidos – O roubo dos cartões choca bem menos que as irregularidades encontradas no programa pelo TCE-RJ. O órgão fiscalizador descobriu que 485 agentes públicos, entres eles vereadores, assessores, diretores e coordenadores foram beneficiados pelo SuperaRJ.

Segundo apurou a auditoria do Tribunal de Contas, também receberam o benefício funcionários das secretarias de Desenvolvimento Social e do Trabalho e Renda, servidões encarregados de checarem as autorizações de pagamento.

Além de agentes públicos, apurou o Tribunal, o benefício também foi pago a presidiários e mortos. Ficou comprovado que 25 presos tiveram acesso aos cartões, e 32 pessoas com registro de óbito no sistema de controle o Dataprev estão listadas como beneficiários.

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