Miliciano buscou acordos com políticos que não tinham a menor chance de vencer as eleições, comprovam os números das urnas

● Elizeu Pires

De olho em contratos públicos, por meio dos quais poderia lavar o dinheiro do crime, o miliciano Danilo Dias Lima, o Tandera, chefe do grupo criminoso mais forte em atuação na Baixada Fluminense, segundo apontam as investigações do Ministério Público, tentou alianças no meio político na campanha de 2020. Porém, a julgar pelos três nomes citados até agora, o miliciano mais procurado no estado do Rio de Janeiro, foi muito mal assessorado em suas escolhas, já que nenhum dos três tinha chances de vitória, o que ficou provado pelos números apurados nas urnas.

Segundo foi denunciado à Justiça pelo MP, Tandera reuniu-se com Cornélio Ribeiro, Luciano Henrique Pereira, o Luciano da Rede Construir, e Thaianna Cristina Barbosa dos Santos, a Thay Magalhães. Cornélio pretendia disputar a Prefeitura de Nova Iguaçu, mas jogou a toalha. Luciano levou adiante a campanha em Seropédica, mas conseguiu um resultado pífio, obtendo apenas 3,12% dos votos válidos. Já para Thaianna sobrou o vexame maior. Ela tentou eleger-se prefeita em Mesquita, mas foram conferidos a ela somente 1,89% dos votos.

Derrubada – Cornélio anunciou-se pré-candidato a prefeito pelo PRTB, legenda do então vice-presidente da República Hamilton Mourão, numa aliança com o PMN, mas as pesquisas feitas para consumo interno dos partidos nunca apresentaram índices favoráveis a ele mesmo assim foi montada uma nominata de candidatos a vereador, que foi deixada a ver navios, pois Ribeiro desistiu de ser candidato e liberou a todos do compromisso.

A saída de cenário de Cornélio pegou muito mal no grupo e as especulações no meio político iguaçuano foram muitas. O mais prejudicado com a jogada de toalha foi o então vereador Marcelo Lajes, que seria o vice de Ribeiro e foi obrigado a optar por uma candidatura a prefeito para não deixar os candidatos à Câmara Municipal sozinhos.

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