Faturamento alto de OS não é garantia de bom atendimento no Hospital da Posse, onde parentes de pacientes reclamam da falta de medicamento e funcionários materiais de consumo

● Elizeu Pires

A Secretaria de Saúde que está entregando a gestão de unidades de atendimento para as organizações sociais via contratos que podem somar mais de R$ 1 bilhão é a mesma que tem deixado faltar medicamentos e até materiais de consumo no Hospital Geral de Nova Iguaçu (HGNI), mais conhecido na Baixada Fluminense como Hospital da Posse.

Pelo menos é disto que tem reclamado parentes de pacientes internados e alguns funcionários. As queixam dão conta de que as coisas pioraram muito desde que o HGNI foi entregue, sem licitação, pelo secretário Luiz Carlos Nobre Cavalcanti – indicado ao cargo pelo deputado federal Luiz Antonio Teixeira Junior, o Dr. Luizinho – ao Instituto de Desenvolvimento e Ensino e Assistência à Saúde (IDEAS, o que aconteceu em março.

Contratado pelo valor global de R$ 137.932.075,62, por em seis meses de “gestão, operacionalização e execução dos serviços de saúde”, o IDEAS R$ 81,6 milhões do Fundo Municipal de Saúde, valores pagos entre 15 de março e 31 de maio, e está habilitado no chamamento público realizado este mês, disputando um contrato de R$ 631 milhões para a mesma finalidade.

Se a OS IDEAS está com as faturas em dia, fornecedores da área da saúde não. Tem empresa que não recebe desde dezembro, o que talvez explique a falta de remédios e materiais, desabastecimento que não deveria ocorrer. “No caso do Hospital da Posse a organização social tem de dar o jeito dela. Até porque tem sido sempre a primeira a receber. Está muito complicada a situação. A Secretaria de Saúde está priorizando as duas OSs (IDEAS e IMP), esquecendo de nós, os fornecedores”, se queixa um representante de empresa.

*O espaço está aberto para manifestação da Prefeitura de Nova Iguaçu

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