Saúde de Nova Iguaçu virou excelente negócio para as OS

Unidades da Clínica da Família e postos da periferia também podem ficar sob gestão de entidades ditas sem fins lucrativos

● Elizeu Pires

A Maternidade Mariana Bulhões entrou no “pacote” de R$ 184,8 milhões entregue a OS Ideas

Alvos de investigação do Ministério Público, as contratações das organizações sociais Instituto de Desenvolvimento e Ensino e Assistência à Saúde (Ideas) e Instituto de Medicina e Projeto (IMP), para administrarem, respectivamente, o Hospital da Posse, a Maternidade Mariana Bulhões e três UPAs, podem ter sido apenas o começo da temporada de grandes negócios para as ditas entidades sem fins lucrativos aberta pela Secretaria de Saúde de Nova Iguaçu, Pasta sob a responsabilidade do médico Luiz Carlos Nobre Cavalcanti, que foi indicado para o cargo pelo hoje secretário estadual de Saúde, o deputado federal Luiz Antonio Teixeira Junior, o Dr. Luizinho, apontado como incentivador da atuação das OS na saúde pública.

O Ideas, que ganhou dois contratos sem licitação no total de R$ 184,8 milhões e está administrando o Hospital Geral de Nova Iguaçu, o Hospital da Posse e a Maternidade Mariana Bulhões, assim como o IMP, que em seis meses vai receber R$ 32,5 milhões para gerir as UPAs Moacyr de Carvalho, Gisele Palhares e Comendador Soares, poderão ganhar mais contratos no município, pois, segundo uma fonte ligada à Prefeitura, o grupo que está controlando o setor estaria cogitando a terceirização das Clínicas da Família, de postos médicos localizados nos bairros periféricos e até do Centro de Saúde Vasco Barcelos.

O que não se sabe é se o secretário de Saúde terá coragem de insistir nas dispensas de licitação sob alegação de emergência, ou abrirá processos licitatórios, como deveria ter sido feito nos casos do Hospital da Posse, Maternidade Mariana Bulhões e das três UPAs. “Esta polêmica poderia ter sido evitada com a abertura de processos licitatórios. Dizer que a emergência se deve ao fim dos contratos temporários é pretender chamar a todos de idiotas. O secretário e todo mundo lá na secretaria tinham conhecimento disto, e desde julho do ano passado se ouvia falar na contratação de OS. Por que deixaram passar tanto tempo? Será que estavam esperando pelo sufoco para escolherem as instituições de maneira direta?”, questiona a fonte, destacando que este tipo de situação cria problemas desnecessários para o prefeito Rogério Lisboa, que, afirma, “está atordoado no olho do furacão”.

*O espaço está aberto para manifestação dos citados na matéria

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