● Elizeu Pires

Enquanto os servidores municipais de Duque de Caxias amargam sete anos sem reajuste salarial, tem integrante do primeiro escalão do governo engordando o contracheque com matrículas extras, o que faz o vencimento de um secretário, por exemplo saltar de R$ 15.925,00 brutos para mais de R$ 24 mil, conforme registra a folha de pagamentos do mês de abril, a última disponibilizada para consulta pela Prefeitura.

Um dos privilegiados é o secretário de Governo João Carlos de Souza Brecha, preso pela Polícia Federal no dia 3 de maio, no âmbito de inquérito que apura a inserção de dados falsos de vacinação da covid-19 no sistema do Ministério da Saúde. Além do salário de secretário, João – que ainda consta no expediente do diário oficial como titular da Pasta – tinha direito a mais R$ 9 mil como membro do Conselho Municipal de Contribuintes, uma matrícula extra para os mais chegados do grupo que está no poder desde janeiro de 2017.

Além de Brecha, aparecem na folha de pagamento com matrícula extra como integrantes do Conselho, os secretários Carlos Soutinho de Mello (Fazenda), Leandro Teixeira Guimarães (Urbanismo), Valber Rodrigues Januário (Defesa Civil), o procurador Fabrício Gaspar Rodrigues, além de alguns subsecretários, superintendentes e ocupantes de cargos comissionados índice CC-1.

Desigualdade – Na semana passada, em um ato considerado como encenação teatral, a Câmara de Vereadores aprovou uma indicação legislativa propondo reajuste de 19,59% nos salários dos servidores do município, o que na prática nada representa, pois só o chefe do Poder Executivo pode fazer isto, e o caminho é o envio de um projeto de lei para a Casa aprovar.

A medida da Câmara foi vista por observadores mais atentos como mero ato de constrangimento para o prefeito, meio encontrado para deixar Wilson Reis mal com os servidores. O esquisito é que estes mesmos parlamentares nunca levantaram a voz contra tratamento desigual dado aos funcionários desde que o hoje secretários de Transportes Washington Reis passou a governar a cidade.

O tratamento desigual e injusto é pode ser constado por uma simples conferida nas folhas de pagamentos anteriores. Se os membros do Poder Legislativo se debruçarem sobre a folha de pagamento de abril de 2019, por exemplo, e compará-la com a de abril deste ano, vão constatar que teve integrante dos primeiro e segundo escalões do governo que tiveram os vencimentos dobrados.

*O espaço está aberto para manifestação da Prefeitura de Duque de Caxias