Silva Jardim faz quase 300 contratações em período eleitoral

Prefeito renunciou para concorrer a deputado, vice assumiu e acelerou ritmo de nomeações

O uso da máquina administrativa como favorecimento eleitoral é histórico em Silva Jardim, uma pequena cidade do interior do estado do Rio de Janeiro. Já rendeu inquéritos e ações judiciais e pode não ser diferente este ano. Pelo que deverá ser encaminhado ao Ministério Público nos próximos dias, a prefeita Maria Dalva Silva do Nascimento (foto) fez 288 nomeações de pessoal no mês passado, aumentando os gastos com funcionários em cerca R$ 350 mil de julho para agosto, o que aconteceu em tempo de crise financeira, com fornecedores e prestadores de serviços reclamando de atraso no pagamento das faturas, situação que estaria afetando, inclusive, o abastecimento das unidades de saúde.

No cargo desde o dia 1º de abril deste ano, tendo assumido com a renúncia do prefeito Anderson Alexandre – que deixou o cargo para concorrer a um mandato de deputado estadual – Maria Dalva encontrou 295 nomeados em cargos comissionados, número que passou para 308 em maio e subiu a 326 em junho. No mês seguinte a quantidade de comissionados era de 337 e disparou para 625 no mês passado, segundo consta no próprio sistema da Prefeitura aberto ao controle social. 

A situação no município é de penúria. Os servidores efetivos estão sem aumento e perderam muitas vantagens com a alegada crise financeira. Os contratados temporários através de uma organização social reclamam de atrasos no pagamento, assim como empresas com contratos de fornecimento e prestação de serviços, mas a prefeita tem descarregado tinta nomeando para os cargos em comissão, nomeações que foram colocadas sob suspeita pelos observadores mais atentos, pois o volume de portarias tem sido intenso desde que o ex-prefeito anunciou-se como candidato a deputado.

O jeito usado na contratação de pessoal pela Prefeitura de Silva Jardim já levou o Tribunal de Contas do Estado a punir o então prefeito Anderson Alexandre. No mês passado o TCE aplicou uma multa de R$ 75.759,70 e enviou ao Ministério Público documento no qual relata que, entre 2014 e 2015, ele recrutou, de forma irregular, o equivalente a 16,38% dos moradores da cidade. De acordo com o TCE, foram feitos 3.497 contratos temporários no período.

Matéria relacionada:

TCE constata que Prefeitura de Silva Jardim contratou de forma irregular o equivalente a 16,38% dos moradores da cidade

 

Documentos relacionados:

Pessoal – abril de 2018

Pessoal – maio de 2018

Pessoal – junho de 2018

Pessoal – julho de 2018

Pessoal – agosto de 2018

Comentários:

  1. E triste as pessoas são contratadas não recebem salário, acaba as eleições perde o emprego ,vc da uma voltinha nas escolas e na clinica como esta cheio de pessoas novas, e os outros funcionários que estão a algum tempo nem estão recabendo e triste ,somos pobre humildes temos família pra sustentar precisamos de emprego

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