Empresário preso com dinheiro que seria usado para compra de votos em Caxias fez vários saques no período em que mais faturou

● Elizeu Pires

PF/Divulgação

Além dos quase R$ 2 milhões apreendidos e de uma lista com nomes de candidatos a vereador encontrados com o dentista e empresário Eduardo Penha Ribeiro, a Polícia Federal encontrou um calhamaço de comprovantes de saque de dinheiro na boca do caixa, feitos nos meses de agosto e setembro, boa parte deles de R$ 49 mil, valor máximo para o qual os bancos não são obrigados a informar ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF).

Os saques aconteceram no período em que a empresa dele, o Centro de Imagem e Diagnóstico São Jorge, recebeu os maiores volumes de pagamento. Durante o ano a empresa recebeu R$ 27,7 milhões do Fundo Municipal de Saúde de Duque de Caxias, sendo mais de R$ 17 milhões em dois meses, soma de valores quitados em julho e setembro.

No mês de julho, por exemplo, o total repassado para a empresa foi de R$ 9,9 milhões, soma de pagamentos feitos entre os dias 7 e 17 daquele mês. Em setembro o Centro de Imagem recebeu, entre os dias 11 e 18, R$ 7,8 milhões.

Eduardo, que foi preso em flagrante no dia 2 de outubro portando exatamente  R$ 1.920.000 em notas de 50 e 100 –  dinheiro seria usado para compra de votos –, vai continuar em prisão domiciliar e monitorado por tornozeleira eletrônica.

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