Herança maldita em Queimados: dívida com previdência dos servidores tem parcelamentos que somam quase R$ 60 milhões

A Câmara de Vereadores tentou “tratorar” Carlos Vilela, mas não fez nada durante os oito anos de governo do hoje deputado estadual Max Lemos

Tão “zelosa” no cumprimento de seu dever como órgão fiscalizador, a Câmara de Vereadores de Queimados, na Baixada Fluminense, resolveu jogar pesado com o prefeito Carlos Vilela, chegando ao ponto de afastá-lo do cargo sem respeitar o rito ou ouvir o contraditório. Se a Justiça não tomasse uma decisão para corrigir o atropelo ao direito, teria sido feito um estrago danado na carreira de Vilela. Para tirar o prefeito do cargo os membros da Casa alegaram retenção das contribuições ao instituto de previdência dos servidores durante alguns meses da atual gestão, mas não viram nada demais durante os oito anos de governo do hoje deputado Max Lemos, que saiu da Prefeitura no dia 31 de dezembro de 2016, deixando uma volumosa dívida com o instituto e nunca foi questionado pela Câmara sobre isto.

Os números da previdência dos funcionários municipais não estão nada claros para os servidores, mas o Sistema de Informações dos Regimes Públicos de Previdência Social (CADPREV), mostra, por exemplo, que o Certificado de Regularidade Previdenciária (CRP) do Previ-Queimados está vencido desde janeiro de 2017 (confira aqui) e revela que Vilela teve que apelar para o parcelamento da dívida com o instituto, propondo acordos que somam cerca de R$ 60 milhões.

Segundo os registros do Sistema de Informações dos Regimes Públicos de Previdência Social, Carlos Vilela propôs cinco acordos em 2018 e dois em 2019. Dos acordos do ano passado foram pagas 12 parcelas de cada, pagamentos feitos até agosto deste ano e há quatro mensalidades em aberto de cada um deles. Já dos parcelamentos propostos em 2019 ano ainda não foi quitada nem a primeira mensalidade. Eles aparecem no CADPREV com o status “aguardando documento assinado”.

Pelo que está no CADPREV (veja aqui), em agosto de 2018 foram propostos os acordos 00921 (no valor de R$ 1.253.782,68), 00922 (R$ 5.890.164,25), 00923 (R$ 21.542.519,05), 00924 (R$ 9.248.931,56) e 01102 (R$ 12.365.484,61), que somam R$ 50.300.882,15. Os registros mostram ainda os acordos 00632 (de uma dívida de R$ 4.858.551,02) e 00633 ( de R$ 3.947.933,43), propostos no dia 13 de agosto deste ano, que somam R$ 8,8 milhões.

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