Relações exteriores: “Logo, logo não haverá problema entre EUA e Brasil”, diz Lula sobre reunião com Trump

Lula sobre a perspectiva brasileira no comércio exterior: ‘O nosso negócio é fazer negócio’. Foto: Ricardo Stuckert/PR

Um dia depois de se reunir com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em Kuala Lumpur, na Malásia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva demonstrou otimismo nesta segunda-feira (27), em relação a uma solução célere para as questões envolvendo tarifas impostas às exportações brasileiras por parte dos Estados Unidos. “Logo, logo não haverá problema entre Estados Unidos e Brasil. O que interessa numa mesa de negociação é o futuro, é o que você vai negociar para frente. A gente não quer confusão, a gente quer negociação. A gente não quer demora, quer resultado”, resumiu Lula, em conversa com jornalistas na reta final de sua passagem pelo leste asiático.

O presidente reforçou que questões ideológicas não serão empecilhos para que as tratativas avancem para um desfecho favorável aos dois países. “Fiz questão de dizer ao presidente Trump que o fato de termos posições ideológicas diferentes não impede que dois chefes de Estado tratem a relação com muito respeito. Eu o respeito porque ele foi eleito presidente dos Estados Unidos pelo voto democrático do povo americano e ele me respeita porque fui eleito pelo voto democrático do povo brasileiro. Com isso colocado na mesa, tudo fica mais fácil”, ponderou.

Na manhã desta segunda-feira na Malásia, como desdobramento do encontro entre Lula e Trump no domingo (26), o ministro Mauro Vieira (Relações Exteriores), acompanhado do secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Márcio Rosa, e do assessor especial da Presidência, embaixador Audo Faleiro, reuniram-se com o representante de comércio dos Estados Unidos e com o secretário do Tesouro.

Cronograma – Segundo Rosa, ficou acordado que as equipes dos dois países vão trabalhar para construir um acordo satisfatório para ambas as partes, com um cronograma de reuniões entre as equipes de negociadores com foco nos setores mais afetados pelas tarifas. “Hoje estamos num cenário muito mais positivo do que estávamos há alguns dias”, declarou.

“Se ele quiser discutir a questão de minerais críticos, de terras raras, se quiser discutir etanol, açúcar, não tem problema. Eu sou uma metamorfose ambulante na mesa de negociação. Coloque o que quiser que eu estou disposto a discutir todo e qualquer assunto”

Lula relatou que entregou a Donald Trump um documento que mostra com clareza o equívoco do argumento de que a balança comercial dos Estados Unidos com o Brasil era deficitária. “Fiz questão de dizer a ele que eram infundadas as informações de que os Estados Unidos tinham déficit comercial com o Brasil. Nós provamos que houve superávit de 410 bilhões de dólares em 15 anos. Só no ano passado foram quase 22 bilhões de dólares de superávit para os Estados Unidos. Em todo o G20 só há três países em que os Estados Unidos são superavitários: Brasil, Reino Unido e Austrália”, reforçou Lula.

(Via Secom/PR)