Silva Jardim, pequeno município do estado do Rio de Janeiro, vem inspirando piadas no meio jurídico, por conta de “barbeiragens” praticadas por dirigentes partidários desde as eleições de 2016, quando atas de convenções partidárias teriam sido fraudadas para facilitar a formação de uma aliança para reeleger o então prefeito Anderson Alexandre – que acabou preso por isso – e alguns vereadores, o que deu ruim para muita gente metida a especialista.
A malandragem denunciada pelo Ministério Público resultou em prisões e afastamento de agentes públicos. Entre os atingidos está, por exemplo, a vereadora Marcilene Xavier, que chegou a ser presa e afastada do mandato. O nome dela surgiu agora em mais uma situação esquisita: ela foi indicada pelo PSL para ser companheira de chapa de Jaime Figueiredo, candidato a prefeito pelo PROS, partido que já havia cometido uma barbeiragem no ano passado, ao indicar Figueiredo para disputar a eleição suplementar, esquecendo de um detalhe importante: o escolhido entrou para o partido quando já tinha esgotado o período mínimo de seis meses para filiação estipulado por lei.
A dupla concorreu sub judice, mas o Tribunal Superior Eleitoral não validou os votos, pois o registro da chapa foi impugnado. Pelo que o TSE decidiu Jaime tem de sair da Prefeitura e ser substituído em eleição indireta, mas ele não só continua sentado na cadeira de prefeito como é candidato a suceder a si mesmo, com uma candidatura que tem tudo para ser barrada pela Justiça por conta, adivinhem, de mais uma barbeiragem: a comissão executiva do PROS não estava vigente quando foi realizada a convenção que o apontou como candidato.
Dose dupla – Conforme o elizeupires.com revelou na matéria ‘Barbeiragem’ pode derrubar chapa formada por PROS e PSL em Silva Jardim e ainda prejudicar os candidatos a vereador das duas legendas, veiculada no último sábado (10), há uma ação de impugnação de registro de candidatura contra Jaime e Marcilene tramitando na 63ª Zona Eleitoral.
Pelo que está na inicial assinada pelos advogados Paulo Henrique Teles Fagundes e Thiago Oliveira do Rosário o PROS não estava devidamente formado no município quando realizou convenção para apontar os candidatos a prefeito e a vereador. De acordo com a representação, o órgão provisório do partido Silva Jardim teve vigência “somente entre os dias 10/08/2020 e 10/09/2020”.
Também como já foi revelado, a mesma ação aponta uma irregularidade envolvendo o Partido Social Liberal que, em aliança com o PROS, apresentou a vereadora Marcilene Xavier como candidata a vice-prefeita e sem um CNPJ próprio usou a inscrição na Receita Federal do diretório do PSL de São João de Meriti.
*O espaço está aberto para manifestação dos diretórios do PROS e do PSL em Silva Jardim.
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