Em novo áudio sobre guerra política em Japeri vereador diz que o negócio no governo vai ser com ele e “o que for tratado será cumprido”

● Elizeu Pires

Apesar de ser uma das cidades mais pobres do estado do Rio de Janeiro, Japeri, na Baixada Fluminense está sendo palco de uma disputa política que parece muito longe de ser classificada como republicana. O conteúdo de um pendrive endereçado anonimamente à prefeita Fernanda Ontiveros (PDT) com conversas entre o cabeça da oposição na Câmara, Tiago Careca (PSC) com outros membros da Casa, sugere que a guerra – que tem denúncia de supostas irregularidades e o uso das redes sociais como armas principais – teria como motivação o controle do Poder Executivo por um grupo que estaria trabalhando para colocar o vice-prefeito Carlos Januário na cadeira conquistada nas urnas por Fernanda.

Em um trecho das gravações, por exemplo, o parlamentar que está na linha de frente contra a prefeita, deixa claro que se Fernanda perder o cargo para o vice, o “negócio no governo” será com ele e “o que for tratado será cumprido”. O que não está claro nas conversas é quais tratos serão esses, mas o que se comenta nos ambientes políticos locais é que se o vice ascender ao poder, o vereador é quem dará as cartas.

Padrinho – Nesse fim de semana foram divulgados novos trecho do conteúdo do pendrive, algumas conversas revelam que o grupo pretende se apoiar em inquéritos abertos a partir de denúncias feitas a órgãos policiais pelo próprio vereador.

Vistos como benvindos pela própria prefeita, que acredita que investigações sérias poderão ajudá-la a corrigir os possíveis erros que vierem ser encontradas, os inquéritos, na Câmara, são citados como vitória da oposição, que parece já contar com a queda de Fernanda Ontiveros, por decisão judicial por ato do próprio Poder Legislativo.

Nas conversas gravadas em vários trechos aparece a palavra padrinho, que seria um apoiador do grupo. No trecho em que o comandante da oposição fala que as coisas serão com ele, Tiago volta a revelar a figura do tal padrinho.

“… e o negócio do governo vai ser comigo… Se você tratar vai ser comigo … Até Porque … meu padrinho ajuda ele … Não tem como ele fugir disso ai”. Para alguns observadores esse “ele” seria o vice-prefeito Carlos Januário, e tal padrinho, possivelmente, um empresário com interesse no município.

*O espaço está aberto para manifestação dos citados na matéria.

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Comentários:

  1. A que ponto chegamos, se o município é um dos mais podres, porque tanto interesse?
    Na verdade esse vereador não deveria estar na camara municipal, visto os crimes ocorridos no mandado anterior, porém, a justiça tbm não se cumpre.

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