Prefeitos da Baixada devem fechar questão em torno de Ceciliano e Freixo pode ficar a ver navios se Molon insistir ameaçando o acordo do PT com o PSB

● Elizeu Pires

André Ceciliano é o nome de Lula para senador

Destacando-se nas pesquisas de intenção de votos para senador quando citado como preferido do ex-presidente Lula, o presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), André Ceciliano (PT) tem hoje o apoio da maioria dos prefeitos da Baixada Fluminense, região com cerca de três milhões de eleitores, e essa união em torno do nome dele se deve, em boa parte, a seu posicionamento diante do governador Claudio Castro, com quem tem mantido um bom relacionamento. Castro é unanimidade entre os prefeitos da Baixada e ao poupá-lo de críticas e manter uma relação republicana com o governador, André, ao olhar de observadores mais atentos, acaba tornando natural, por exemplo, o voto Castro-Lula, e viabilizando o apoio dos governantes da região.

De perfil moderado, Ceciliano se entrosa bem com todos os prefeitos da Baixada. O único olhar atravessado vem de Duque de Caxias, onde apesar de ter renunciado o mandato, o ex-prefeito Washington Reis continua mandando no governo. Porém, como Reis está longe de ser unanimidade entre os governantes municipais, André trafega com tranquilidade e recebe gestos de simpatia nos ambientes políticos locais.

Apesar do mal-estar criado pelo deputado Alessandro Molon (PSB) que insiste em ameaçar o acordo PSB-PT, tentando impor seu nome como candidato da esquerda à única vaga de senador que está em disputa este ano, Ceciliano está trabalhando abertamente para ser ele o postulante, até porque o ex-presidente Lula deixou bem claro a sua preferência por ele, escolha que pode dificultar as coisas para o pré-candidato do PSB ao governo do Rio. Marcelo Freixo já recebeu a benção do líder nas pesquisas de intenção de votos para presidente da República, mas caso o PSB não dê uma freada de arrumação para Molon recolher-se e parar de ameaçar a aliança, Freixo poderá ficar a ver navios.

Molon está partindo para o enfrentamento como se tivesse cacife suficiente para se bancar sozinho como candidato a governador, insistência que acaba prejudicando o próprio Freixo que, ao que tudo indica, sem o apoio de Lula não vai a lugar algum. Hoje, o que se sabe, é que Molon nunca contará com uma posição de Lula a seu favor, por ter se colocado do lado da Lava-Jato e de Sergio Moro, quando o ex-juiz usou de métodos questionáveis para tirar o ex-presidente do páreo em 2018.

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