● Elizeu Pires
Homem de confiança de Claudio Castro, o deputado Rodrigo Bacellar (PL), futuro presidente da Assembleia Legislativa, está no olho do furacão do escândalo do Ceperj e lá pelas bandas de Campos – onde mantém sua base principal – é anunciado pelos que o cercam e os que dele dependem, como “o homem que manda mais que o governador”.
Já em Cambuci, cidade próxima, o parlamentar é lembrado por uma denúncia feita em delação premiada de 12 anos atrás, sobre o suposto arrendamento da Prefeitura local, enquanto que em alguns gabinetes do Palácio Guanabara e da Alerj, ele é classificado como “má influência” para Castro, mesma preocupação compartilhada por alguns prefeitos da Baixada Fluminense, uma região que contabiliza mais de três milhões de eleitores, também quanto à presença de Washington Reis (MDB) no governo.
Em conversa com o elizeupires.com um político influente da região disse que Castro ainda tem muito para conquistar na carreira. Cita, por exemplo, que um mandato de senador cairia bem ao hoje governador, que poderia renunciar em março de 2026 para concorrer a uma das duas vagas que serão disputadas. Porém, destaca, isso vai depender mais da capacidade de Claudio em fugir das más influências do que das realizações propriamente ditas. “Castro precisa entender que alguns aliados estão mais para adversários, pois querem controlar a mão que segura a caneta, o que poderia deixá-lo, inclusive, inelegível”, pontua.
Para alguns observadores mais atentos, se Castro fosse mais astuto politicamente falando, não teria aberto tanto espaço para o deputado do interior no governo nem o apoiaria na disputa pelo comando da Alerj. A mesma análise é feita em relação ao ex-prefeito de Duque de Caxias, que, entendem, não poderia ter sido nomeado secretário. “O Washington tem mais cede de poder que o Bacellar. A sorte do governador é que a Justiça barrou a candidatura dele a vice”, completa o mesmo interlocutor.
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