● Elizeu Pires
Depois do “Sul é o Meu País” pregado por um idiota conhecido como Zé Trovão, ídolo dos catarinenses, vem agora o movimento Sul-Sudeste do governador de Minas Gerais, outro ícone da idiotia nacional que saiu com força do armário, puxado que foi pelo braço do bolsonarismo.
Sou duas vezes do Sudeste. Primeiro porque nasci na Zona da Mata mineira, no município de Miraí, de onde saí com oito anos de idade. Vim com minha família para o Rio de Janeiro, onde cresci, estudei e exerço com orgulho a minha profissão. Então, sou mesmo duplamente do Sudeste.
Quando um idiota qualquer, do alto de sua imbecilidade, levanta a voz para menosprezar o Nordeste, me sinto bastante envergonhado. Os prédios das escolas onde estudei, da universidade na qual me graduei certamente só estão de pé por causa da mão de obra nordestina. As estradas que cortam esse país, as avenidas e viadutos por onde passo no meu dia a dia, com certeza contaram com os braços de paraibanos, pernambucanos, cearenses e baianos.
Os louvo então, mas não só por isso. A São filhos de uma região rica em tudo, esbanjam cultura e respeito, trabalham duro e são muito mais prósperos que muitos dos separatistas que se acham exemplo de patriotas, exageram na alegria ao receberem gente do Sul, do Sudeste, enfim, de todo esse país que deve e muito ao povo do Norte e Nordeste.
Então porque não se cala Romeu Zema? O Brasil vai muito além dos limites desse estado que você acha que é sua propriedade, e eu sou muito mais o bolo de macaxeira que o pão de queijo, apesar de ter como berço o torrão mineiro.