Magé precisa de voz própria na Alerj e em Brasília

Em 2014 mais de 90 mil votos locais foram para nomes de fora

 

Representantes que falem em nome do povo e não se comportem como meros despachantes de grupos ou núcleos familiares; que tenham compromisso com a cidade e não apenas com os seus; que enxerguem o município como um todo e não somente o próprio umbigo, que queiram atuar de verdade como parlamentar e não usar a Câmara dos Deputados ou a Assembleia Legislativa como atalho para o Palácio Anchieta (sede da administração municipal). É disso que Magé precisa e ter ou não essa representatividade garantida está nas mãos dos cerca de 180 mil eleitores que, se omitirem-se agora, não poderão se queixar depois. Em 2014, por exemplo, dos 139.897 votantes que compareceram às urnas mais de 90 mil optaram por nomes de fora…

De acordo com os números da Justiça Eleitoral, em outubro de 2014 Magé tinha 172.947 eleitores cadastrados. Os dados atuais dão conta de 179.517 votantes nas duas zonas eleitorais, volume suficiente para eleger pelo menos três deputados estaduais e dois federais. Isso se os eleitores não repetirem o que fizeram há quatro anos, quando optaram por político que sequer pisou na cidade para pedir voto.

Dos 70 membros da Assembleia Legislativa eleitos naquele ano apenas três não tiveram votos em Magé. Fora os conferidos ao único nome local a conseguir um mandato, 66 “estrangeiros” somaram cerca de 40 mil votos, votação vista como perdida, já que nenhum deles fez qualquer movimento em favor do município. Já em relação aos deputados federais, o número de votos dados a candidatos de fora chegou a 51.139 e todos os 46 declarados eleitos foram votados na cidade, mas dos nomes de fora apenas um, Sostenes Cavalcanti, deu retorno: destinou emendas orçamentárias no total de R$ 5,5 milhões ao município.

Ao todo 112 políticos de fora da cidade foram declarados eleitos em outubro de 2014, a maioria sequer esteve em Magé para pedir votos. Foi representada por cabos eleitorais, lideranças como pastores evangélicos, sindicalistas, delegados de partidos e até mesmo vereadores. Não fosse assim políticos como Arolde de Oliveira, Ezequiel Teixeira, Samuel Malafaia, Rosangela Gomes, Wagner Montes, Fábio Silva, Rosangela Zeidan, Marcelo Freixo, Paulo Melo, Dionísio Lins, Carlos Minc, Carlos Roberto Osório, Luiz Martins, Domingos Brazão, Daniele Guerreiro, Marcia Jeovani, João Peixoto, Eliomar Coelho, Janio Mendes, Clarissa Garotinho, Eduardo Cunha, Luiz Carlos Ramos, Celso Pansera, Soraia Santos, Julio Lopes, Hugo Leal, Alessandro Molon, Benedita da Silva, Jandira Feghali, Jean Willys, Chico Alencar, Indio da Costa, Paulo Feijó, Cristiane Brasil, Otávio Leite, Rodrigo Maia, Glauber Braga, Altineu Cortes, Francisco D´Angelo, Miro Teixeira, Sergio Zveiter, Luiz Sergio Nóbrega, Fernando Jordão, Alexandre Valle, Alexandre Serfiotis e outros mais não teriam completado suas votações em terras mageenses.

Este ano os nomes locais que estão na disputa para deputado federal são José Augusto Nalin, o vereador André Lopes (Sargento Lopes), Ricardo Correia de Barros (Ricardo da Karol) e Marcele Cozzolino de Oliveira. Buscando uma cadeira na Assembleia Legislativa estão o ex-prefeito Nestor Vidal, o vice-prefeito Vandro Lopes Gonçalves, o Vandro Família, enquanto Renato Cozzolino Harb tenha a reeleição.

 

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