Do limão uma limonada: Clã Reis estaria se programando para usar operação da PF em favor da campanha do nome que escolheram

● Elizeu Pires

Washington Reis está condenado por crime ambiental, responde a outros processos e é alvo de investigações, mas ainda assim quer mostrar-se inabalável – Fotos: Reprodução

O chefe do clã está condenado a sete anos e dois meses de prisão em regime semiaberto por crime ambiental e desde 2017 tem conseguido escapar da sentença por meio de recursos e mais recursos. Encontra-se inelegível e tem outras broncas tramitando na Justiça.

Alvo de uma operação da Polícia Federal na manhã de ontem (4), ele foi acordado com os agentes tocando sua campainha. Na casa dele, além de celulares, a PF aprendeu cerca de R$ 200 mil em moeda nacional, euro e dólar, mas a situação, no mínimo constrangedora, parece não o abalar. Pelo menos é o que ele tenta demonstrar.

Trata-se de Washington Reis de Oliveira, presidente estadual do MDB no Rio de Janeiro, Secretário Estadual de Transportes e ex-prefeito de Duque de Caxias, município o qual pretende continuar controlando, a partir de agora através de um sobrinho, Netinho Reis, que, segundo pesquisa Quaest divulgada em 20 de junho, se a eleição fosse hoje perderia a disputa para o ex-prefeito José Camilo dos Santos, o Zito, pré-candidato do PV.

Mesmo sendo o nome da máquina administrativa, o sobrinho do chefe da Família Reis apareceu na pesquisa com 23% das intenções de voto, contra os 40% conferidos a Zito. Os números mais que irritam os políticos da família. Tiram o sono do clã inteiro. Mesmo assim Washington não baixa a cabeça. Está se roendo por dentro, mas quer aparentar tranquilidade e certeza de vitória…

De acordo com uma fonte ligada ao grupo, a estratégia agora é trazer o bolsonarismo ainda mais para perto, usando, inclusive, a operação da Polícia Federal para sustentar o discurso de perseguição, tipo assim: “Estão vendo? Me perseguem porque sou bolsonarista”.

Resta saber se a coisa vai funcionar, pois Jair Bolsonaro acaba de ser indiciado pela Polícia Federal no caso da venda das joias sauditas que deveriam ter sido incluídas no acervo da Presidência da República, e está avaliando se vai aparecer ou não ao lado de aliados que estejam com problemas na Justiça. Porém, assegura a fonte, o chefe do clã Reis estaria mesmo disposto em fazer uma limonada com o limão que os agentes deixaram ontem pela manhã na mansão de Xerém.

*O espaço está aberto para manifestação dos citados na matéria

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