● Elizeu Pires
Um caso inusitado ocorrido nas últimas eleições está chamando atenção em Mangaratiba, município localizado na região da Costa Verde do estado do Rio de Janeiro.
É que uma candidata a vereadora do MDB, segundo consta no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para divulgação de candidaturas e contas, recebeu para a campanha a doação de R$ 100 mil. O repasse foi feito pela direção nacional do partido, mas a candidata deu apenas 20 votos para a legenda, que perdeu a única cadeira que tinha na Câmara Municipal, essa ocupada até o dia 31 de dezembro pelo vereador Hugo Graçano.
Votação tão baixa leva observadores mais atentos a compararem a receita dela com a de uma candidata do Avante, que não teve um centavo sequer do partido e foi eleita com 835 votos. Pelo que está no Divulgacandcontas, Gabrielle Peçanha concorreu com o número 15159, e dos R$ 100 mil recebidos teria usado R$ 49.400 para pagar despesas, o que representa R$ 2.470 por cada um dos 20 votos obtidos.
Menos recurso, mais voto – O mesmo sistema aponta que Cecilia Cabral, candidata mais votada do Avante, recebeu R$ 37.556 em doações de pessoas físicas e R$ 1.679 doados por candidatos, um total de R$ 39.235, do qual ela usou R$ 13.200 para pagar despesas, o que mostra que, com gasto bem menor, Cecília teve 815 votos a mais que Gabrielle.
O caso verificado em Mangaratiba levanta discussões sobre a transparência no financiamento de campanhas eleitorais e reforça a necessidade de maior fiscalização nos gastos das candidaturas proporcionais.
Em relação ao MDB, por exemplo, das 14 candidaturas a vereador lançadas em Mangaratiba a direção nacional do partido, mostra o Divulgacandcontas, só transferiu recursos para duas, a de Gabrielle e a de Mirian Rosecler, que recebeu R$ 5 mil e somou 22 votos para a legenda.
*O espaço está aberto para manifestação dos citados na matéria